Após quatro meses de paralisação, os professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) retornam às aulas na próxima segunda-feira (24). A decisão de suspender a greve foi oficilizada durante assembleia geral da categoria, realizada hoje (19), em todos os campi da UFPI.
Os docentes optaram por suspender a greve, seguindo o indicativo do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) que encerrou a paralisação nacionalmente, no último final de semana. No entanto, a categoria pretende continuar mobilizada acompanhando a tramitação do Projeto de Lei 4368/12 que trata sobre a carreira docente, denunciando as políticas governamentais que desvalorizam os professores e prejudicam a qualidade das universidades públicas. Além disso, os docentes atuarão nas questões locais como a fiscalização das condições de trabalho nos campi da UFPI.
De acordo com presidente da ADUFPI, Mário Ângelo, a greve foi um dos mais importantes movimentos da história do serviço público federal brasileiro.
“A orientação do Comando de Greve é de que a mobilização permaneça. Continuaremos a luta pela valorização do trabalho docente com uma reestruturação da carreira. Vamos sair de cabeça erguida. A greve da categoria foi talvez o mais importante movimento de protesto ocorrido neste ano de 2012”, afirmou Mário Ângelo.
Na avaliação do presidente da ADUFPI “a greve chegou ao seu limite enquanto estratégia de pressão para arrancar efetivas negociações do Governo Federal. Suspendemos a greve, sem que o governo tenha dialogado com nossa pauta. Isso mostra que temos uma luta longa e árdua pela frente. Suspender a greve agora não significa recuar, significa avançar em outro patamar, que é manter a luta cotidiana na atividade acadêmica e aguardar o momento oportuno para reiterar a greve como instrumento de luta pelo nosso projeto de universidade”.
Em cumprimento a exigências legais, a ADUFPI enviou à reitoria notificação de suspensão da greve comunicando oficialmente o retorno às atividades no dia 24. Dentre os pontos aprovados durante a assembleia estão: a reposição das aulas de modo integral, independente da adesão ou não dos docentes ao movimento grevista, a participação da ADUFPI na construção do novo calendário acadêmico, a adoção de um calendário único para toda a universidade e o agendamento de reuniões com a reitoria para tratar da pauta de reivindicações locais.
Fonte: Ascom