Um projeto de lei de autoria do vereador Venâncio Cardoso (PSDB) que foi discutido por vereadores na Câmara de Teresina, tem causado polêmica nas últimas semanas. Isto porque, caso fosse aprovado, donos de cachorros de grande porte teriam que passar a colocar uma proteção no focinho do animal durante passeio em vias públicas. 

 

Nas redes sociais, muitas pessoas divergiram sobre o assunto. Em comentário em uma publicação, uma internauta escreveu: “Concordo, mas tenho dúvida se o uso da focinheira implica maus tratos ao animal. Ampliar a discussão é necessário”

 

 

O médico veterinário Thiago Silva garantiu que a sensação de segurança que a focinheira passa para as pessoas é falsa, ele ainda alertou que o uso excessivo dessa proteção pode prejudicar a respiração do animal. “Isso gera bastante desconforto para as pessoas amantes de animais e também na visão técnica em si, porque a focinheira, ela traz uma falsa sensação de segurança. Alguns animais podem se tornar mais agressivos com ela, ficando inquietos, querendo remover, não aceitando muito bem. Sem falar que às vezes é até difícil de se colocar. A focinheira, ela vai prejudicar um pouco a respiração do animal porque inibe um pouco mais a abertura da boca dele. Então o uso de focinheiras tende a trazer muito desconforto, assim como prejudicar algumas funções vitais e fisiológicas do animal”.

 

Um dos locais preferidos dos parnaibanos para a prática de atividade física, é o calçadão da Avenida São Sebastião. Muita gente gosta de levar seu animal de estimação para fazer companhia na hora da caminhada. O Portal Costa Norte foi até lá e conversou com alguns praticantes de atividade física. A maioria se posicionou favoravelmente quanto ao projeto de lei. Um dos entrevistados disse: “Se for para aprovar, é válido. Melhor prevenir do que remediar. Quando me deparo com algum eu me afasto”.

 

Quem não gosta nem pouco da ideia são os donos de pets, como é o caso do casal Solange e Alessandro. Em entrevista eles garantiram que a saída é educar os animais de estimação. “Eu penso que o mais importante é que os donos consigam adestrar bem seus cachorros para que eles sejam obedientes, sejam simpáticos”, disse Solange. Alessando se posicionou contrário ao projeto e explicou sua opinião: “Não existe isso de que todos os cachorros são bravos e nervosos”. 

 

Está prevista para o próximo dia 07 de junho uma audiência pública da Câmara de Teresina – que deve acontecer de forma remota – onde irão participar veterinários, tutores, adestradores e clubes de donos de cachorros de grande porte para discutir uma alternativa viável. A tramitação desse projeto, portanto, foi suspensa para dar lugar ao diálogo.