territoriosA qualidade de vida dos habitantes do Piauí praticamente dobrou em 20 anos e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) já ultrapassa os índices de três Estados brasileiros, o do Pará, na região Norte, de Alagoas e Maranhão, na região Nordeste, mostra estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea), “Capacidades Governativas no Ambiente Federativo Nacional: Pernambuco (2000-2012)”, organizada pelos economistas e pesquisadores Aristides Monteiro Neto, José Raimundo de Oliveira Vergolino e Valdeci Monteiro dos Santos.

O IDHM define a qualidade de vida de um município, de um Estado, de uma região, de um país, de um continente. O estudo do Ipea mostra que o Piauí, em 1991 tinha um IDHM, muito baixo, de 0,361, em 1991; passou para IDHM de 0,484, em 2000; e 0,658, em 2010, quando passou para índice médio de desenvolvimento.

Segundo o Ipea, em 1991, quando o Piauí tinha IDHM de 0,362, só ganhava do Estado do Maranhão, que tinha índice de 0,357. Em 2000, quando o Piauí alcançou IDHM de 0,484, ultrapassou o os índices de Alagoas, que tinha o Piauí, com 0,471; e o Maranhão, que tinha o segundo pior índice de Brasil, com 0,476. Ao atingir índice médio com IDHM de 0,658, em 2010, o Piauí ultrapassou os índices de Alagoas, que continuou com o pior índice do país, de 0,631; do Maranhão, que ficou com índice de 0,639; e o Pará, que tem o terceiro pior índice do Brasil, com IDHM de 0,646.

O estudo do Ipea acrescenta que o Estado de Pernambuco, com base no IDHM, pode ser classificado na seguinte trajetória de desenvolvimento: em 1991, com IDHM de 0,440, tinha nível de desenvolvimento muito baixo, sendo que neste mesmo ano o Brasil aparecia com IDHM de 0,493, também muito baixo; entre os estados da Federação, Pernambuco figurava em 14o lugar no ranking de nível de desenvolvimento e apresentava a melhor posição entre os estados da região Nordeste; o índice em Pernambuco era equivalente a 89,2% do mesmo no Brasil neste ano. Em 2000, seu valor do IDHM atingiu 0,544 e o estado subiu na classificação de desenvolvimento de muito baixo para baixo. O Brasil, por sua vez, atingiu valor 0,612 e avançou para a posição de nível médio de desenvolvimento.

O índice em Pernambuco, neste ano, foi equivalente a 88,9% do mesmo no Brasil. Melhoram simultaneamente o Brasil e Pernambuco, embora tenha havido suave queda na proporção Pernambuco-Brasil, de modo que Pernambuco continuou em retraso relativo. A posição geral do estado no ano de 2000 no ranking sofreu uma queda para o 15o lugar na classificação.

No cenário regional, Pernambuco perdeu posição para o Rio Grande do Norte, que se tornou o estado nordestino de maior IDHM neste ano. Passada mais uma década, em 2010 novos avanços são produzidos. O IDHM em Pernambuco chegou a 0,673 e o desenvolvimento estadual alcançou nível médio na escala geral.

O Brasil, por sua vez, com IDHM de 0,727, se coloca no patamar de alto desenvolvimento. Do ponto de vista absoluto dos valores de IDH está claro que Pernambuco avançou na década, e até mesmo sua proporção com relação total nacional aumentou para 92,6%. Contudo, sua posição relativa no contexto nacional não tem se consolidado.

Em 2010, o estado cai para 19o na classificação geral, sendo ultrapassado, no Nordeste, pelos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Sobre o Piauí e Pernambuco, o estudo do Ipea destaca uma obra que pode ajudar no desenvolvimento dos dois Estados, a implantação da ferrovia Transnordestina, cuja fase de construção tem requerido a contratação de milhares de trabalhadores qualificados e semiqualificados, oxigenando economicamente as sub-regiões do estado, especialmente aquelas localizadas nas regiões do Agreste e Sertão. Trata-se do mais importante projeto estruturador da economia de Pernambuco e do Piauí.

A ferrovia vai dotar o estado de um sistema logístico sem similar no contexto dos estados da Federação. O seu traçado no sentido Leste-Oeste vai permitir escoar as riquezas do Sertão e promover o surgimento de novos empreendimentos em áreas que dependiam de uma logística mais sofisticada.

Fonte: Meio Norte