O entrevistado desta terça-feira (25) no Jornal da Costa Norte foi Renato Santos Junior, professor universitário e mestre pelo Instituto Universitário de Lisboa. Na ocasião, foram abordados os temas política, economia e gestão pública. A reforma trabalhista aprovada recentemente no Congresso Nacional foi o primeiro assunto tratado.
“Não foi, obviamente, a melhor reforma possível e vai ser necessário um período de adaptação. O Brasil ainda está muito preso a questão do social-trabalhismo dos governos recentes. No começo até prosperou, mas depois o que vimos foi uma queda abrupta nos níveis de emprego. Agora surgem mudanças na economia que devem mexer com o mercado de trabalho”, argumenta.
O professor também deu sua opinião sobre o Programa de Desligamento Voluntário, apresentado pelo Governo Federal, direcionado aos funcionários públicos desta esfera administrativa. “Vejo ai um tremendo contrassenso. Não entendo um governo que acaba de elevar impostos e inicia uma redução de gastos que atinge justamente esta classe de trabalhadores”, disse.
Na opinião de Renato Santos Junior, o governo de Michel Temer prioriza apenas manter-se no comando do país. “Essas coisas são vexatórias. Com relação a gastos, liberar recursos na ordem que liberou, para emendas parlamentares, em tão pouco tempo, é outro absurdo. Como questionar a necessidade de equilíbrio fiscal e justificar isso? No meu entender, está perdido e agora atinge a área econômica”, explicou.
Sobre o aumento dos impostos, ele foi taxativo: “Quando o presidente diz que a população vai entender o aumento dos impostos, está exatamente brincando com a inteligência do povo, ou então a dele que é muito baixa. O governo, ao invés de cortar na própria carne, está cortando na carne do povo, que já está um verdadeiro picadinho e a situação se tornou insuportável”, completa.
Ao final da entrevista, o professor também opinou sobre as próximas eleições. “Estamos diante daquela velha incógnita. Quem vai assumir tamanha responsabilidade de conduzir os destinos do país dentro deste cenário político que estamos vivenciando. Eu não vejo um bom nome. Dória é uma promessa, mas ainda muito novo. É muito mais um empresário”, finaliza Renato Santos Junior.