geraldoNa maioria das vezes em que entonamos a palavra respeito, ela vem no sentido de algo que queremos, exigimos para nós mesmo. Queremos ser respeitados. Na minoria das vezes, conseguimos respeitar. Vivemos em sociedade e não respeitamos as próprias regras que, de um jeito ou de outro, concordamos em cumpri-las.

E é no trânsito que mais vejo o retrato de nossa sociedade desrespeitosa. Sei que isso acontece em qualquer cidade, não pensem que é exclusividade de Parnaíba, mas vou usa-la aqui como exemplo e conhecimento de causa.

Inicio não pelo motorista, mas pelo pedestre que caminha no meio da rua com uma calma de assustar, e que atravessa na faixa de pedestre como se estivesse na cozinha de sua casa. Também falo dos ciclistas, que não respeitam as faixas de pedestre, os semáforos e o sentido das vias, trafegando na contra mão.

Porém, o mais “forte” nesse convívio é também o que mais desrespeita: o condutor de veículo automotor. Posso começar pelo simples ato, que exige um mínimo de esforço físico, que é ligar a seta ou pisca-pisca. Parece que o motorista ao ligar a seta, no lugar de uma atitude de respeito ao outro, estaria na verdade dando satisfação de sua vida para quem vem atrás. Um pensamento mais ou menos assim: “Para que querem saber pra onde vou?”.

Outro ato seria o estacionamento. Feito em locais proibidos, em subidas de cadeirantes, em fila dupla e principalmente em cima das calçadas, espaço reservado unicamente aos pedestres, numa demonstração total de desrespeito ao outro. Mas parece ser impossível estacionar em local permitido e caminhar um, dois quarteirões. Afinal: “Eu tenho um carro”.

Agora chego ao exemplo mais forte, na minha opinião, da falta de respeito com o outro: O USO DO CELULAR AO DIRIGIR. Motivo de acidentes graves e vidas ceifadas. Mas: “Eu sou capaz de dirigir e usar o celular e não tenho tempo a perder”.

Os exemplos acima mostram que “não estamos nem aí para os outros”. Pensamos apenas em nós mesmos. Dessa forma, é preciso lembrar que não vivemos sozinhos. Precisamos cumprir ás regras, não porque a desobediência vai nos trazer multas, mas porque elas representam respeito ao próximo. Que tal começarmos pelo RESPEITO NO TRÂNSITO.

Autor: Geraldo Júnior, Técnico em telecomunicações pela Escola Técnica Federal do Ceará, hoje IFCE e Bacharel em Turismo pela UFPI. Representante da ACP Parnaíba na cadeira do Conselho Municipal de Turismo.