Absoluto no ringue: Conceição parte confiante rumo à medalha dourada (Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil)
Absoluto no ringue: Conceição parte confiante rumo à medalha dourada (Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil)

Mais uma vez, gigante! Robson Conceição não deixou margem para dúvidas, tomou conta do ringue no Pavilhão 6 do Riocentro e fez a arena explodir ao vencer Hurshid Tojibaev, do Uzbequistão, por decisão unânime, com 3 a 0 (30-27, 29-28 e 30-27) pelas quartas de final do peso-leve (até 60kg). A atuação foi extremamente segura e técnica. O brasileiro, número 2 do mundo e que garantiu a medalha de bronze, terá pela frente Lázaro Alvarez, de Cuba, líder do ranking mundial da divisão, na semifinal da categoria. O confronto está marcado para o próximo domingo, 12h30 (de Brasília).

– Estou maduro, mais experiente, meus resultados nos últimos anos foram favoráveis. Treinei muito, apanhei bastante dos meus amigos na Bahia, eles me espancaram e me ajudaram bastante, e graças a eles consegui um bom resultado. Consegui o bronze, mas não estou satisfeito. Quero a medalha de ouro e vou lutar por ela. Estou em casa. Meus resultados nos últimos anos são favoráveis. Sou atual número dois no mundo. Graças à dedicação, consegui a medalha de bronze e vamos mudar a cor dessa medalha – prometeu Robson.

A entrada dos atletas foi suficiente para incendiar o caldeirão do Pavilhão 6 no Riocentro. Vaias e mais vaias para o uzbeque. Muito barulho para o brasileiro. Tojibaev não pareceu respeitar muito o fato de o rival ser o segundo colocado no ranking mundial. Foi para cima variando cabeça e linha de cintura, mas Robson respondeu bem. Os dois conectaram bons socos no primeiro minuto. Tojibaev apostava nos cruzados por cima dos jabs de Robson, que neutralizou a pressão inicial e combinou bem com jab e direto algumas vezes. A esquiva também estava em dia para o brasileiro. Nos 30 segundos finais, Robson procurou ser mais agressivo, mas foi contragolpeado no fim. Após clinchar, ainda entrou com um bom direto de direita no soar do gongo.

Tojibaev encontrou a distância no começo do segundo assalto e conectou dois socos de encontro. Robson clinchou, trabalhou a linha de cintura no “dirty boxing” e, ao se desvencilhar, colocou direto no rosto do rival. Confiante e veloz, Robson circulava no ringue e passou a contragolpear com precisão. A guarda baixa chamava o uzbeque para cima, mas era difícil encontrar o baiano. Os cruzados de esquerda levantaram a torcida após, por duas vezes, tocaram a cabeça de Tojibaev, que tentou tirar a diferença nos segundos finais, mas voltou a sofrer com os contra-ataques.

Quando o terceiro round começou, Robson apontou para o céu agradecendo. Sabia que a atuação era convincente para garantir seu lugar no pódio. Tojibaev não queria saber. Caminhava para a frente, soltava o braço, algumas vezes até de forma desesperada, o que lhe custou alguns contra-ataques na linha de cintura. O brasileiro começou a administrar, clinchando mais e amarrando o duelo. No minuto final, Robson cresceu e voltou a mostrar a precisão que lhe é peculiar. Colocou o rival nas cordas, trabalhou uma dura sequência na linha de cintura e precisou ser contido no clinche. Foi só administrar os últimos 15 segundos e aguardar o árbitro levantar seu braço.

Fonte: Globo Esporte