A cantora, em seu primeiro ensaio depois de se tornar mãe, fala de como planeja a vida de agora em diante: “Antes era tudo muito eu, eu, eu. Pensava: Será que vou conseguir ser o que ele precisa que eu seja?”
Ela chega maquiada. Pede pra almoçar. Dá a papinha orgânica na boca do filho, Theo, de 11 meses, enquanto a mãe, Noely, documenta tudo pra um “making of familiar”. A babá do bebê, a babá da Sandy (que a acompanha desde menina) e os seguranças observam. Hora da maquiagem. Dizem que ela mesma gosta de se maquiar. Tensão? Nada! Sandy interfere com doçura e educação raras. “Posso fazer o contorno da boca, por favor?” E foi assim, com “por favores” e “obrigadas” em quantidade acima da média, sorrisos sinceros, olhares cúmplices entre ela e a mãe e pausas pra chamegar o fofo do Theo, que rolou nosso shoot, o primeiro da nova jurada do “Superstar” pós-licença-maternidade. Com vocês, Sandy…
Voltar à TV neste momento: a vontade já existia ou foi tipo um convite irrecusável?
Segunda opção. Era um domingo e estávamos em família quando o Creso (Eduardo Macedo, diretor do Superstar, programa global que promove disputa entre bandas) ligou. Achei que era um convite pra me apresentar lá uma vez. Mas ele mandou de cara: “Quer ser jurada?”. E eu: “Oi?”. Já era pra dali a 40 dias. Bom, eu tinha outros planos pra minha carreira e honestamente não me sentia preparada pra encerrar minha licença-maternidade. Mas já assistia ao programa, que é incrível, e a oportunidade era única, né?
Sim, mas o Theo [filho dela com o músico Lucas Lima] já vai fazer 1 ano, certo?
Isso, em junho. Só que trabalho há 25 anos, né? Hoje posso me dar ao luxo de escolher o que quero fazer, adotar um ritmo relax. Por muito tempo minha agenda foi uma loucura, então estou me dando esse direito feliz da vida e sem culpa!
Você falou que é supermetódica. Mas, conta pra gente, qual a coisa mais maluca que já fez na vida? Não sou dada a maluquices. As coisas mais “loucas” que já fiz foram pegar avião, pagar segurança etc. apenas pra passar um dia com o Lucas. Atualmente, faço loucuras semanais quando vou pro Rio, pro Superstar, e levo Theo, babá, segurança… pago passagem, hotel, tem que ter toda uma infra. Sai caro…
E o que nem imaginam a seu respeito?
Que sou brava! Posso falar bem duro. Detesto me sentir injustiçada. Discuto, faço valer meus argumentos. É bem difícil eu mudar de ideia. Sou teimosa demais!
Sabe cozinhar?
Até que sei, viu? Faço um arroz na chapa, que é frito e leva frango e legumes, maravilhoso… Gosto de ir pra cozinha quando estamos na fazenda [a família é dona de uma propriedade no Mato Grosso do Sul].
Vamos falar de coisa boa? Vamos falar do Theo?
Melhor assunto!
Como foi sua gravidez?
Todo mundo diz que fui uma grávida exemplar. Tirando um enjoo chato nos três primeiros meses, fiquei ótima. Fui bem saudável, engordei só 7,5 kg!
E o parto, foi lindo?
Nossa! Indescritível! Pedi pra colocarem um espelhinho pra eu ver todo o procedimento. O Lucas também ficou ao meu lado o tempo todo.
O que você faz com seu filho que achou que jamais faria?
Achava frescura parar de trabalhar, um absurdo anular a vida pra cuidar do filho. Mas não dá pra julgar. A vontade que dá é largar tudo, mesmo. Maternidade é uma experiência pessoal e intransferível. Eu fiquei muito mal quando voltei ao trabalho agora. Ontem fui pro Rio fazer o programa – saí de casa chorando – e acabo de chegar a Campinas. Foram 11h sem ver o Theo e isso me faz sofrer demais.
Minha terapeuta sempre diz que casamento e filho são os maiores exercícios de autoconhecimento que uma mulher pode ter. O que de mais precioso descobriu sobre você?
Que eu sei me doar pro outro. Muito mais do que imaginava. Antes era tudo muito eu, eu, eu. Foi assim a vida toda. As pessoas me elogiavam, perguntavam o que queria, me agradavam. Na terapia, pensava: “Será que sou egoísta e autocentrada? Será que vou conseguir ser o que ele precisa que eu seja?”. E foi tudo tão instintivo! Não me esforcei… meu filho precisou, eu tava ali.
E a pergunta que não quer calar: quer ter outro filho?
Sinceramente não. E mais por uma questão de consciência social. O mundo está superpovoado, os recursos vão acabar… quero fazer minha parte. Além disso, não tenho vontade mesmo.
Fonte: Revista Glamour