Brasileiros se preocupam mais com a saúde mental do que com o câncer. Essa foi a constatação da pesquisa “Monitor Global dos Serviços de Saúde”, feita pelo Instituto Ipsos.

De acordo com o levantamento, 49% dos entrevistados no Brasil apontaram o bem-estar psicológico como o principal fator de preocupação, atrás apenas da Covid-19, citada por 62%, que já causou mais de 686 mil mortes no país. O câncer é motivo de inquietação para 29%.

A sondagem foi realizada entre os dias 22 de julho e 5 de agosto de 2022, com 23.507 pessoas, em 34 países: África do Sul, Alemanha, Austrália, Argentina, Arábia Saudita, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Portugal, Romênia, Suécia, Suíça, Tailândia e Turquia. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Os entrevistados foram questionados sobre qual condição eles viam como o maior problema de saúde enfrentado pela população do seu país. Entre os tópicos estavam Covid-19, saúde mental, câncer, estresse, obesidade, diabetes, abuso de drogas, abuso de álcool, doenças cardíacas, tabagismo, demência, superbactérias hospitalares, infecções sexualmente transmissíveis.

No resultado global, 47% responderam Covid-19, 36% disseram saúde mental e 34% apontaram o câncer. Em seguida ficaram estresse (26%), obesidade (22%), diabetes (16%), abuso de drogas (16%), abuso de álcool (13%), doenças cardíacas (13%) e tabagismo (11%), completando os dez primeiros colocados.

Em 2021, a saúde mental foi apontada por 40% dos brasileiros como motivo de preocupação e, em 2020, por 27%. Em 2018, apenas 18% da população escolheu esse tema.

Para Cassio Damacena, líder de Healthcare da Ipsos Brasil, a grande preocupação com a pandemia gerou uma discussão sobre saúde que foi ampliada para a saúde mental.

“A pesquisa evidenciou uma maior preocupação com a saúde mental em relação às medições anteriores. Essa preocupação vem se mantendo mesmo com a flexibilização e retomada da normalidade no pós-pandemia. Vários efeitos vividos pela população, em diversos países do mundo, amplificaram a preocupação com a saúde mental, o que sinaliza que para os próximos anos esta deve continuar sendo uma ‘pauta’ da saúde da população brasileira”, observa Damacena.

“Para o futuro, é esperado que o contexto da saúde inclua preocupações físicas e mentais de forma mais cotidiana na vida dos brasileiros”, diz.

Fonte: Sílvia Haidar – Folhapress