Nesta sexta-feira, o secretário de Segurança Pública, Robert Rios Magalhães, reúne-se com os representantes do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), na tentativa de por fim ao movimento “Polícia Legal”, que já dura 105 dias.
Os agentes e escrivães haviam acordado em reunião no dia 17 de julho, com o Secretário de Administração, Paulo Ivan, um reajuste de 40%. No entanto, o Sinpolpi foi comunicado que a proposta não foi aceita pelo governador Wilson Martins. O sindicato acusou que a decisão do governador foi influenciada por “forças ocultas e vitalícias” de dentro da Secretaria de Segurança Pública.
Ontem, o secretário Robert Rios admitiu que os vencimentos dos policiais civis estão defasados, mas rechaçou a acusação feita pelo Sinpolpi, ressaltando que a dificuldade nas negociações decorre, exclusivamente, da inviabilidade financeira do Estado em conceder o aumento reivindicado pela categoria. O secretário também considera inadequada a comparação entre as remunerações dos delegados e dos policiais. “O que acontece é que antes os delegados [da Polícia Civil] ganhavam muito mal. Agora, estão ganhando bem, o equivalente ao que ganha um delegado da Polícia Federal. Com relação aos policiais civis, seria necessário um aumento de mais de 300%. Só que o governo não tem condições de repassar todo esse percentual de uma vez […] Para mim, é ótimo que os policias sejam valorizados, felizes, para trabalharem com ânimo. Mas eu faço a ressalva: quem dá aumento não é secretário”, pondera Rios.
O presidente do sindicato rebate os argumentos do secretário afirmando que o governo possui, sim, condições de arcar com o reajuste exigido pela categoria. Ademais, Cristiano Ribeiro afirma que não há, por parte do Sinpolpi, qualquer intenção de desmerecer a categoria dos delegados, mas exige um tratamento igualitário do governo em relação às duas categorias.
“Nós queremos deixar bem claro que não estamos pedindo qualquer tipo de atrelamento ou vinculação entre os vencimentos dos delegados e dos servidores. Os delegados já possuem sua própria caminhada, e nós [policiais] temos a nossa. Mas decidimos, em assembleia geral, que só aceitaremos um reajuste [escalonado] dentro do mesmo prazo que foi acertado pelo governo com os delegados, ou seja, até 2015”, discorre.
Atualmente, um policial civil em início de carreira ganha em torno de R$ 2.700, enquanto um delegado recebe aproximadamente R$ 11 mil. Pelo acordo firmado com o governo, em 2015 os delegados passarão a receber salários iniciais de R$ 15 mil, podendo chegar a R$ 19 mil na classe especial. Os policiais civis, por seu turno, querem que seus salários iniciais aumentem, imediatamente, para R$ 4.400, chegando a R$ 6 mil em 2015.
Fonte: Portal O Dia