No dia 22 de maio, no auditório da UESPI de Parnaíba, aconteceu a 1ª parte do SEMINÁRIO EM DEFESA DA MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA: pela abertura dos arquivos da ditadura. E no próximo dia 06 de junho acontecerá a 2ª parte do evento, quando participarão militantes de Ação Popular, presas e torturadas no período da Ditadora Militar.
MARIA DO CARMO MOREIRA SERRA AZUL: Organizou a revolta das saias no Ceará, considerada a maior manifestação feminina na América Latina na época. Diretora do CESC-Centro dos Estudantes Secundaristas do Ceará e Militante de AP-Ação Popular.
MIRTES SEMERARO DE ALCANTARA NOGUEIRA: Líder Nacional de AP-Ação Popular, Diretora CESC-Centro dos Estudantes Secundaristas do Ceará SESC ceará. Mirtes estava no conflito da Rua Maria Antônia, queimada com acido na briga com o CCC-Comando de Caça aos Comunistas.
Será realizada também uma homenagem a ANTÔNIO DE PÁDUA COSTA (Piauí) – (1943-1974), estudante de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desaparecido desde o início do ano de 1974.
Pai: João Lino da Costa, Mãe: Maria Jardelina da Costa.
Guerrilheiro PIAUIENSE da cidade de PARNAÍBA, no Delta do Parnaíba, estudava Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro quando começou a participar ativamente do Movimento Estudantil entre os anos de 1967 e 1970. Fez parte do Diretório Acadêmico do Instituto de Física e foi membro do Conselho de Dormitório do Alojamento do “Fundão”. Preso durante o 30º Congresso da UNE, em Ibiúna (SP), foi indiciado em inquérito e passou a ser perseguido pelos órgãos de segurança do regime militar. Optou pela militância política clandestina, quando já era militante do PCdoB. Mudou-se em 1970 para o Araguaia, fixando residência na localidade de Metade, onde era conhecido como Piauí. Foi o vice-comandante do Destacamento A e, após a morte de André Grabois, assumiu o comando.
Citado no livro BACABÁ, de José Vargas Jimenez, militar que combateu a Guerrilha; “Dos guerrilheiros que foram interrogados, Piauí foi o mais corajoso e valente. (…) Piauí aguentava o interrogatório sem gritar ou reclamar, era um dos poucos guerrilheiros bem preparados para a luta.” (HABEAS CORPUS, 1a edição, SDH da Presidência da República, página 187).
Este evento está sendo realizado pelo GEMPI – Grupo de Estudos Marxistas Piauiense, Centro Acadêmico de História da UESPI – Parnaíba, Centro Acadêmico de Pedagogia da UFPI – Parnaíba e Diretório Acadêmico “3 de Março” da UFPI – Parnaíba.
O evento tem o caráter fundamental para entendermos a memória do tempo presente, contribuindo para a discussão sobre o que foi o período da Ditadora Militar no Brasil, assim como a criação da Comissão Nacional da Verdade, que precisa de apoio e acompanhamento de toda a sociedade, para que venha cumprir a contento a tarefa que tem pela frente:
– conhecer a verdade sobre os processos de tortura, estupro, morte e desaparecimento forçado dos homens e mulheres que resistiram à Ditadura Militar;
– levar ao conhecimento da sociedade as lutas e a resistência daqueles que enfrentaram a ditadura e os nomes dos agentes do aparelho repressivo e os crimes por eles cometidos;
– fornecer os elementos necessários para que os torturadores, estupradores, homicidas e sequestradores que agiram em nome da ditadura com crime e covardia – e se escondem até hoje – possam ser responsabilizados e punidos, como determinou a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Na 1ª parte do Seminário contamos com a presença do comandante do grupo tático armado da Ação Libertadora Nacional (GTA – ALN), Membro da associação BRASIL-CUBA e Coordenador da comissão em defesa da memória, verdade e justiça do Ceará – SILVIO MOTA; O professore de física, anistiado político e membro do PCBR – JOSÉ MACHADO BEZZERA; o Militante do movimento social Levante Popular da Juventude – Ce e membro da Rede nacional de advogad@s populares – JEFERSON ROBSON, além da presidente do centro de defesa dos direitos humanos – Nenzinha Machado e secretária adjunta do movimento nacional de direitos humanos articulação do estado do Piauí – MARIA DO SOCORRO BASTOS.