Pelo menos nove servidores, entre auditores-fiscais e analistas-tributários da Delegacia da Receita Federal em Teresina, já formalizaram o pedido de exoneração dos cargos de chefia após aprovação do Orçamento 2022, que reduziu o orçamento da Receita e deixou de fora o acordo de pagamento de um bônus para a categoria.

 

Ao g1, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) informou que é um movimento nacional e a estimativa é a de que cerca de 500 servidores de todo o país já entregaram seus cargos até a última atualização desta reportagem.

 

No Piauí, além das nove chefias já entregues, a tendência é que mais profissionais deixem os cargos. Na tarde desta quarta-feira (22), a assessoria da Delegacia de Receita Federal em Teresina informou que há uma reunião na Delegacia para discutir a questão.

 

Na carta de exoneração, os delegados dizem que a Receita teve seu orçamento reduzido em 51,4% só na parte da tecnologia da informação. Segundo o documento, os cortes afetam principalmente a administração das unidades e a gestão de soluções informatizadas, e que há risco de não haver recursos para o pagamento de contas de água e energia elétrica.

 

O texto afirma ainda que o corte no orçamento da Receita para 2022 é equivalente ao valor que foi destinado ao pagamento do aumento para carreiras Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

 

O orçamento aprovado prevê um valor de R$ 1,7 bilhão para esta finalidade. De acordo com o Ministério da Economia, o aumento salarial para a categoria se deve a uma “decisão do presidente da República”.

 

“Observa-se que o valor corte orçamentário proposto é proporcional ao valor destinado para a reestruturação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Ministério da Justiça. Com isto temos que os valores que serão cortados da Receita Federal do Brasil serão utilizados para satisfazer os reajustes acordados com as carreiras retro citadas, numa demonstração de absoluto desrespeito à administração tributária”, diz a carta.

 

O Ministério da Economia e a Receita Federal informaram que não vão se manifestar.

 

Fonte: G1/PI