Homem foi encontrado morto em cela da Casa de Custódia neste domingo. Unidade prisional tem 980 presos, mas capacidade é para 330.
Neste domingo (22), mais um homem foi encontrado morto dentro de uma cela na Casa de Custódia de Teresina. A morte foi confirmada pela Secretaria de Justiça (Sejus) que aguarda informações da perícia criminal da Polícia Civil. Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), é a nona morte violenta ocorrida no sistema prisional piauiense neste ano.
“Apenas no Pavilhão H, onde esse detento morreu, é a quinta morte registrada lá em 2016. Na Casa de Custódia são seis (assassinatos) neste ano. Esse número pode crescer porque existem outras mortes sob investigação e o que parece um problema de saúde pode na verdade ter sido um homicídio”, afirmou o vice-presidente do sindicato, Kleiton Holanda.
As circunstâncias da morte registrada neste domingo ainda não estão claras. A Sejus informou que a vítima é José Carlos Pacheco de Araújo, de 24 anos. Estava preso por latrocínio e homicídio qualificado. O detento é um dos acusados de assassinar o jornalista Elson Feitosa, em 2015.
Kleiton Holanda informou que o preso foi encontrado assim que amanheceu e estava pendurado por um lençol na companhia de outros quatro presos. “Tudo leva a crer que o preso foi morto, mas só quem pode afirmar isso com certeza é a Delegacia de Homicídios, que investiga o caso. O corpo foi avistado pelo sentinela da Polícia Militar assim que amanheceu. A partir da daí, a cela é preservada para que a cena do crime não seja contaminada”, afirmou o vice-presidente do sindicato, Kleiton Holanda.
Rebelião
A morte da Casa de Custódia ocorreu apenas seis dias após a rebelião que atingiu a unidade prisional e deixou como saldo cinco feridos e a infraestrutura do local abalada por incêndios e depredações. A Custódia tem capacidade para 330 presos, mas está atualmente com 980.
No dia 16 de maio, os detentos quebraram celas, camas, grades, atearam fogo em colchões e lençóis. A situação foi resolvida com a entrada de policiais militares do Ronda Ostensivas de Natureza Especiais (Rone) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Com o fim da rebelião, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) cobrou no dia 17 uma vistoria do Corpo de Bombeiros e do Conselho Regional de Engenharia do Piauí (Crea) na unidade prisional.
A Secretaria de Justiça informou que a estrutura da Casa de Custódia estava em reforma quando o motim voltou a destruir a unidade. O órgão contou ainda que realizou um levantamento dos prejuízos causados pelos detentos rebelados e só depois da avaliação deverá tomar providências.
Fonte: G1/ Piauí