Após denúncia da Justiça Federal sobre deslocamento irregular de militares para Minas Gerais, o corregedor da Polícia Militar do Piauí, Ricardo Lima, identificou através de investigação, uma quadrilha que fraudava transferência de detentos para o estado. O grupo, com sede em Brasília, era composto de um juiz e dois policiais militares do Piauí.

“A informação do deslocamento de policiais para outro estado era desconhecida, até recebermos a denúncia no final de 2011. Somente no ano seguinte começamos as investigações e descobrimos existir vários pedidos de transferências de presos de segurança máxima para presídios no Piauí. Ao analisar os documentos percebemos que eles eram fraudados por um advogado do Distrito Federal e a solicitação assinada por um juiz piauiense”, relatou Ricardo Lima.

Segundo o corregedor da PM, o magistrado alegava ter vagas nos presídios do Piauí e durante a viagem de transferência o detento era solto. Como a fraude não era percebida, a fuga do preso não constava no sistema prisional.

“Entre os casos temos do presidiário Márcio do Campo Pimentel, que estava preso desde 2010 na Penitenciária de Segurança Máxima de Contagem, em Minas Gerais, e foi solto durante transferência para Parnaíba. Ele é acusado de diversos assaltos a bancos e carros fortes naquele estado”, destacou.

Ricardo Lima explicou que os policiais de Guadalupe e Parnaíba envolvidos no esquema, ajudavam na fuga dos presos. Outros três militares e o envolvimento da quadrilha na fuga de detentos do Distrito Federal e Corrente com destino à Canto do Buriti, região Norte do estado, estão sendo investigados. Ele não quis dar detalhes de quantos presidiários teriam fugido.

“Na tentativa de punir os envolvidos, consultamos o Tribunal de Justiça do Piauí e tivemos a informação de que o juiz envolvido nas fraudes já havia sido afastado do cargo, acusado de má conduta. Com os policiais também foi implantado o mesmo procedimento”, revelou o corregedor da PM.

Fonte: G1 Piauí