Um em cada 20 deputados federais se elegeu este ano com os próprios votos. Esses candidatos receberam votos suficientes para atingir ou ultrapassar o quociente eleitoral – ou seja, obtiveram uma cadeira na Câmara dos Deputados, sem depender dos votos totais obtidos pelo conjunto do partido ou da federação.

Os que atingiram ou superaram o quociente foram 25 do total de 513 (4,85%). O percentual é menor do que o registrado em 2018, quando 27 deputados foram eleitos com votos próprios.

Apenas 11 partidos tiveram representantes que superaram o quociente eleitoral. A legenda com o maior número de cadeiras foi o PL, do presidente Jair Bolsonaro, com 8 representantes. Em seguida vem o PP, com quatro representantes.

O valor do quociente, no entanto, pode sofrer alterações à medida que as candidaturas são analisadas pela Justiça Eleitoral, segundo a cientista política do Centro de Política e Economia do Setor Público (CEPESP) Lara Mesquita. “Para a eleição de deputado tem muita variação conforme o julgamento das candidaturas e tem muita coisa que fica para depois da eleição”, explica.

8 deputados do PL

  • Nikolas Ferreira (MG)
  • Carla Zambelli (SP)
  • Eduardo Bolsonaro (SP)
  • Ricardo Salles (SP)
  • André Ferreira (PE)
  • Filipe Barros (PR)
  • General Pazuello (RJ)
  • Bia Kicis (DF)

4 deputados do PP

  • Delegado Bruno Lima (SP)
  • Clarissa Tércio (PE)
  • Arthur Lira (AL)
  • Doutor Luizinho (RJ)

3 deputados do PSOL

  • Guilherme Boulos (SP)
  • Taliria Petrone (RJ)
  • Fernanda Melchionna (RS)

2 deputados do PT

  • Gleisi (PR)
  • Paulo Pimenta (RS)

2 deputados do União

  • Silvye Alves (GO)
  • Daniela do Waguinho (RJ)

1 deputado do Avante

  • André Janones (MG)

1 deputado do Cidadania

  • Amom Mandel (AM)

1 deputado do Novo

  • Marcel van Hattem (RS)

1 deputado do Podemos

  • Deltan Dallagnol (PR)

1 deputada do PSB

  • Tabata Amaral (SP)

1 deputado do Republicamos

  • Tenente Coronel Zucco (RS)

Quociente eleitoral e partidário

Os demais 488 deputados eleitos foram “puxados” com os votos dados aos partidos e aos demais candidatos. Isso ocorre porque o sistema de eleição para a Câmara dos Deputados é o proporcional.

Nesse sistema, nem sempre o candidato mais votado é o que obtém a cadeira na Casa, como ocorre, por exemplo, na eleição pelo sistema majoritário – usada no Senado e em cargos executivos (presidente da República, governadores e prefeitos).

Nas eleições do último domingo, os eleitores votaram no seu candidato a deputado federal e no seu partido ou federação.

Na apuração, o primeiro cálculo feito é o chamado quociente eleitoral: primeiro, divide-se o número de votos válidos (sem contar brancos e nulos) pelo número de cadeiras em disputa – na Câmara, há estados que elegem 8 deputados, e estados que elegem 70.

Se forem 100 mil votos e dez cadeiras em disputa, por exemplo, o quociente eleitoral é 10 mil.

Em seguida, é feito o cálculo do quociente partidário, dividindo o número de votos que o partido ou a coligação obtiveram pelo quociente eleitoral.

O número inteiro da divisão, desprezando os algarismos após a vírgula, é o total de cadeiras que o partido ganha nesta primeira fase. Por exemplo, se um partido ou coligação recebeu 27 mil votos, e o quociente for 10 mil, o resultado da conta dá 2,7. O partido teria direito a duas vagas.

Com o número de cadeiras para cada partido ou coligação definidos, os partidos vão preenchendo as vagas a que têm direito com os deputados que obtiveram mais votos individualmente.

Fonte: G1