Hoje tem Brasil na Copa do Mundo Catar 2022, e na hora de comemorar os gols da Seleção, é preciso ter consciência sobre soltar os tradicionais fogos de artifício barulhentos, que podem oferecer risco aos animais e seres humanos.

A empreendedora Joyce Araújo teve um susto três atrás, ao chegar em casa e ver sua cadelinha completamente ensanguentada após ela ter se assustado com o som do explosivo e se machucado no portão de sua residência.

Joyce e sua cadelinha em passeio pela rua de casa.

Acontece que um vizinho comemorava um gol de seu time na ocasião, quando resolveu soltar os fogos de artifício. Com o susto, o animal por pouco não perdeu a vida, segundo Joyce.

No Piauí a prática de soltar fogos de artifício barulhentos pode se caracterizar como crime, e pode ser denunciada. “A lei 7. 643, de 26 de novembro de 2021, inclusive é uma lei recente, ela traz essa proibição no âmbito de todo o estado. Infelizmente, hoje muitas pessoas não tem conhecimento dessa lei”, disse o advogado Fabrício Araújo – presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB de Parnaíba.

Além dos animais, crianças com autismo também são vítimas desse tipo de ato irresponsável, já que o som ensurdecedor dos fogos pode deixá-las em estado de pânico.

Os fogos de artifício barulhentos podem dar lugar para mais silenciosos, que trazem menos prejuízos à audição e evitam acidentes.

De acordo com a presidente da Associação de Mães e Amigos dos Autistas de Parnaíba (AMA), é preciso ter consciência no momento de comemorar os gols da seleção brasileira para não prejudicar essas pessoas. “Nós sofremos muito com relação aos fogos, qualquer barulho que incomode nossos filhos. O autista, ele tem uma desintegração sensorial, ‘o que é isso?’, os sentidos deles são alterados, tanto para mais, quanto para menos. Em relação aos fogos, a questão auditiva deles tem uma hipersensibilidade”, explicou Patrícia Gondim.

É mais um ato de empatia, e cada um tem que ter a responsabilidade, tendo em vista o estrago que pode causar na vida de outras pessoas. Mas caso a consciência não pese, o advogado Fabrício Araújo alerta que o melhor a se fazer é informar às autoridades competentes para que providências sejam tomadas. “A denúncia pode ocorrer, e deve ocorrer no Ministério Público estadual, é o Ministério Público estadual que vai estar apurando […] Existe a questão da multa, que ela pode ser de R$ 1500,00 para pessoa física. [Para pessoa jurídica pode chegar a R$ 2 mil]”

Tele-atendimento MPPI: (86) 98165-3475 / 98117-2573 / 98166-4836 / 98154-3755.