Não há dúvidas de que conversar sem julgamento pode ser uma importante estratégia de prevenção ao suicídio. Apesar de não ser um dado tão confiável, por conta da omissão de muitas pessoas por preconceito ou vergonha, segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 800 mil pessoas morram desta forma anualmente, uma a cada 40 segundos, o que equivale a 1,4% dos óbitos totais.
Parnaíba, que teve população estimada de 2017 de 150.547 pessoas, apresenta, conforme os últimos cinco anos, a média de 10,4 suicídios por ano, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Em 2013 foram 08 suicídios registrados; em 2014 foram 13 casos; em 2015 foram 11 suicídios; 2016 foram registrados 13 casos; e em 2017 foram 07 suicídios.
É importante ressaltar que 90% das ocorrências poderiam ter sido ser evitadas. O autocídio em 90% dos casos está relacionado a transtorno mental e é uma realidade passível de tratamento. As crises afetam a percepção da realidade, portanto é significativo que as pessoas procurem ajuda. As mulheres tentam mais; porém são os homens que tem tido mais êxito na conclusão do suicídio. Aspectos culturais podem ter relação às altas taxas de suicídio no público masculino.
Os principais fatores relacionados ao suicídio são o bullying, o abuso sexual, qualquer forma de violência, o consumo de drogas e o álcool, a falta de vínculos familiares, depressão, bem como transtornos mentais. Outra realidade que tem afetado os indivíduos é a dificuldade de não conseguir lidar com a frustração. Em contraposição a este fato, vale ressaltar que as pessoas tem potencial para a excelência.
As convivências sociais, a participação em grupos e, especialmente, o apoio emocional sem críticas ou julgamentos são de extrema importância no acolhimento. O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta um serviço gratuito de prevenção do suicídio por telefone (188) ou pelos canais da instituição na internet (chat, Skype e e-mail). Somente em dezembro de 2017, o CVV recebeu mais de dez mil ligações em busca de apoio emocional.
Por Daniel Santos