Surpreso com tamanho de manifestações, governo avalia que vai aumentar pressão pelo impeachment 

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O governo foi pego de surpresa com a dimensão das manifestações em todo país neste domingo. Na reunião de avaliação feita no Palácio da Alvorada pela presidente Dilma Rousseff com alguns ministros, houve o reconhecimento que a situação política ficou extremamente delicada. E que a pressão pelo impeachment vai ganhar nova dimensão no Congresso Nacional. O que mais assustou o governo foi que as manifestações se concentraram nas figuras de Dilma e do ex-presidente Lula. 

Ao mesmo tempo, lideranças petistas que conversaram com o Blog também reconheceram que o governo ficou ainda mais “emparedado” depois de hoje. Por isso mesmo, a determinação no Palácio da Alvorada é de intensificar o monitoramento dos votos pelo impeachment na Câmara dos Deputados. 

A presidente Dilma deve entrar pessoalmente na articulação política para manter o seu mandato. Ela irá convidar parlamentares para conversas no Palácio do Planalto. O governo trabalha para ter pelo menos os 171 votos necessários para barrar o impeachment na Câmara. Mas nas palavras de um ministro, o ambiente ficou desfavorável ao governo no Congresso Nacional. 

O núcleo palaciano mais próximo da presidente Dilma Rousseff já identificou a debandada do PMDB e também de outros aliados como o PP, o PRB, o PTB, o PR e até mesmo o PSD. A estratégia que deve ser deflagrada pelo governo essa semana tem como objetivo abrir dissidências nesses partidos para tentar conseguir os votos mínimos para evitar o impedimento de Dilma. 

Ao mesmo tempo, a ordem no governo é de fazer um gesto para se reaproximar do PMDB do Senado. Até então, o Senado era considerado uma espécie de “porto seguro” do governo para barrar o impeachement. Mas surpreendeu o Palácio do Planalto o movimento recente do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de conversar com tucanos e propor o “semipresidencialismo” como solução para a crise. 

De forma reservada, ministros do governo avaliaram também que o pronunciamento mais duro do ex-presidente Lula na sexta-feira (04), depois da condução coercitiva, causou um efeito contrário, mobilizando um protesto maior do que o previsto inicialmente. 

“Esse não é o momento de fazer qualquer gesto de provocação. A insatisfação é real. As pesquisas já mostravam isso. A manifestação de hoje reflete a baixa popularidade do governo”, admitiu ao Blog um ministro.

Fonte:  G1

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