O Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 6,3 milhões em internações por acidentes de trânsito em 2014 no Piauí, segundo dados do Sistema de Informação Hospitalar. No topo dos atendimentos mais recorrentes estão os relacionados aos acidentes envolvendo motociclistas. Neste mesmo ano, foram 811 acidentes, com 804 feridos e 120 mortos, o que representa um aumento de 44,6% em relação a 2013.
No dia em que são lembrados os motociclistas (27 de julho), as estatísticas relacionadas a eles não são animadoras. Em 2014, o Ministério da Saúde registrou mais de 127 mil internações hospitalares no país por conta de acidentes de trânsito, que resultou em um gasto de R$ 183,1 milhões para o SUS, e os acidentes envolvendo motos responderam por 83,4 mil dessas internações.
Os fatores indicados pelo Ministério que contribuíram para o aumento de acidentes envolvendo motociclistas são o excesso de velocidade, o consumo de bebida alcoólica antes de dirigir e a imprudência. “Somente em Teresina, no primeiro semestre deste ano, a Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (CipTran) aplicou 576 notificações , sendo 289 de conduzir motocicleta sem possuir CNH, 182 por dirigir veículo com calçado inadequado e 105 por falta de equipamentos de uso obrigatório (capacete)”, destaca a relações públicas da Ciptran, Andréia Monteiro.
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito do Piauí (Detran/PI), o incremento na frota de veículos também é responsável pelo crescimento dessas estatísticas. O Piauí é um dos nove estados do Nordeste em que a frota de motos já supera a de carros. Em todo o país, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o crescimento da frota foi de 280%. No período de 2003 a 2014, os veículos de duas rodas passaram de quase 6 milhões para mais de 22 milhões no Brasil.
“Hoje a frota de veículos (carros e motos) no Piauí é de 970 mil. Até julho deste ano, a frota de motocicletas no Piauí correspondia a 470.289 (47,73%) e em Teresina o número é de 149.100 (35,38%). Se formos comparar com o número de pessoas habilitadas, que hoje é menos de 500 mil. Percebemos que metade das pessoas não possuem permissão para dirigir. Elas acham que a partir do momento em que adquirem um veículo já estão aptas a dirigir, o que não é viável, pois é necessário conhecer as regras de trânsito”, afirma a diretora da Escola de Trânsito do Detran-PI, Jeovanna Moura.
De acordo com o mapa de ocorrência de trânsito da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (CipTran), em Teresina, no primeiro semestre de 2015, mais de 350 motocicletas estiveram envolvidos em acidentes de trânsito. Dessas ocorrências, 27 resultaram em vítimas fatais, onde condutor da motocicleta morreu. Ainda referente a essas ocorrências, 330 condutores ficaram feridos e 69 passageiros também ficaram feridos.
No âmbito nacional, 42,2 mil pessoas morreram no Brasil por conta de acidentes de trânsito em 2013, sendo 12.040 envolvendo motocicletas, é o que aponta a mais recente Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) – uma parceria do Ministério da Saúde com o IBGE.
Uso correto do capacete pode diminuir traumas em 70%
Mesmo com a maioria da população possuindo a consciência de que o uso correto de capacetes que atendam a padrões adequados de qualidade pode reduzir o risco de morte, somente uma parcela se preocupa com este fator. O uso correto do capacete pode diminuir em 40% o risco de mortes e em mais de 70% os riscos de traumas graves, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Almir Bílio, inspetor da PRF, destaca que fazer com que os capacetes atendam a padrões reconhecidos de segurança é importante para garantir que eles serão efetivos na redução do impacto da colisão sobre a cabeça no momento do acidente. “O capacete não deixa a cabeça sofrer lesões em casos de acidente e protege a face e o crânio de fraturas e lesões”, diz.
A Polícia Rodoviária Federal autuou no ano passado 41.529 ocupantes de motocicletas, motonetas e ciclomotores, nas rodovias federais, por não uso de capacetes. Almir Bílio, inspetor da PRF destaca que fazer com que os capacetes atendam a padrões reconhecidos de segurança é importante para garantir que eles serão efetivos na redução do impacto da colisão sobre a cabeça no momento do acidente.
Pela legislação brasileira (resolução 453 do Contran) é obrigatório, para circular nas vias públicas, o uso de capacete motociclístico pelo condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado. A resolução também estabelece um padrão obrigatório de segurança para uso do equipamento, e exige que ele esteja certificado por organismo acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Fonte: Meio Norte