Pesquisas apontam que 15% a 20% das mulheres vão ter dificuldade para engravidar, mas muitos casais demoram a perceber que é necessário recorrer a um tratamento, ou temem não ter dinheiro para pagá-lo. No entanto, a maternidade não é mais um sonho impossível para os casais que enfrentam algum problema reprodutivo.
De acordo com o médico André Luiz da Costa, especialista em reprodução humana, os tratamentos custam, em média, de R$ 10 mil a R$ 12 mil, além do valor das medicações, que variam entre R$ 4 mil e R$ 8 mil. “Quanto mais cedo o casal buscar ajuda, mais barato será o tratamento. A cada mês a mulher perde de 800 a 1000 óvulos, e eles vão ficando atrofiados. Isso dificulta a possibilidade de gravidez com métodos mais simples e baratos”, alerta o médico.
Em Teresina, determinados procedimentos podem ser feitos pelo SUS, além da possibilidade de conseguir descontos, de parcelar os gastos ou de aderir a programas que barateiam os custos do tratamento.
Existem, atualmente, três métodos de reprodução assistida, que são utilizados de acordo com o diagnóstico sobre o problema reprodutivo existente no casal. O tratamento mais simples e mais barato é a indução da ovulação, indicada para mulheres que têm anovulação crônica, ovários micro policísticos, ou quando o casal não consegue manter a frequência sexual indicada para a gravidez.
O método, nesse caso, consiste em estimular a ovulação da mulher. Segundo o especialista André Luiz, o tratamento pode ser feito pelo SUS. “Para isso, basta a mulher pedir no posto de saúde um encaminhamento para a Funsapre (Fundação Social Saúde Reprodutiva, Assistência e Pesquisa)”, orienta.
Caso seja diagnosticado que o tratamento necessário é mais complexo, a mulher que foi encaminhada para a Fundação terá 50% de desconto em todos os exames que forem realizados.
A dificuldade, no entanto, é a demora para conseguir o primeiro atendimento. Atualmente, só tem vaga disponível a partir de julho.
Inseminação e fertilização
A inseminação intrauterina é o segundo método mais barato e custa em média R$ 5 mil. Esse tipo de tratamento é indicado quando o homem tem uma pequena deficiência no sêmen e a mulher possui a ovulação normal ou um pouco menor que o ideal.
Segundo André Luiz, o procedimento consiste em melhorar a qualidade do sêmen em laboratório e estimular a ovulação na mulher. “Esse sêmen melhorado é implantado diretamente no útero”, disse o especialista.
Apesar do valor relativamente baixo, a desvantagem é a eficácia do método, que varia de 20% a 25%.
O tratamento fica mais caro à medida que se faz necessária a combinação de várias técnicas. É o caso da fertilização in vitro, indicada para mulheres com endometriose, que sejam mais velhas ou que fizeram laqueadura. O método é necessário também quando o homem fez vasectomia ou tem pouquíssimo ou nenhum espermatozoide.
A fertilização custa entre R$ 8.500 e R$ 25 mil. “Mulheres acima de 40 anos têm maior probabilidade de ter filhos com má formação. Então, algumas técnicas são necessárias, como fazer a avaliação genética do embrião antes dele ser transferido para o útero, ou retirar uma das células e fazer exames para diagnosticar doenças específicas”, explica André Luiz.
Doação compartilhada
Uma alternativa à mulher que precisa recorrer aos procedimentos mais caros e não possui dinheiro, é ser uma doadora de óvulos. “Aquelas que tenham trompas obstruídas, por exemplo, podem entrar no programa de doação compartilhada e ajudar outras que já estejam na menopausa ou que tenham problemas de ovulação”, disse o médico.
Para ser doadora, é preciso ter menos de 35 anos e possuir óvulos em qualidade e quantidade adequadas. “Então ela cede metade dos seus óvulos e, em troca, a outra mulher paga os medicamentos, que custam cerca de R$ 6 mil. É uma troca solidária”, afirma André Luiz.
Fonte: Portal O Dia