O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sergio Amaral, disse que as relações entre os dois países não vão passar por mudanças depois da posse do novo presidente norte-americano, Donald Trump, marcada para 20 de janeiro de 2017. “Pode haver ênfase em um aspecto ou outro, mas as relações [entre os dois países] são elementos de continuidade”, afirmou, lembrando que o relacionamento é vantajoso para os dois lados.
Em entrevista nesta sexta-feira (11) a Valter Lima, apresentador do programa Revista Brasil, transmitido pela Rádio Nacional de Brasília e Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o embaixador Sergio Amaral observou que as relações entre o Brasil e os Estados Unidos são “sólidas, de amizade e de cooperação”.
O diplomata lembrou que o Brasil não é parte de nenhum problema que tenha sido mencionado na campanha eleitoral norte-americana. “Ao contrário, somos parte de uma solução, temos intercâmbios importantes e os Estados Unidos têm superávit conosco”.
Sergio Amaral disse que tanto empresas americanas que ainda não entraram no Brasil estão tendo interesse em investir no país, quanto as antigas – que estão há décadas no mercado brasileiro – procuram aumentar os investimentos. E as empresas brasileiras também já investiram US$ 24 bilhões no mercado americano e geraram 80 mil empregos, explicou.
Agenda positiva
Outro ponto favorável ao Brasil, nas relações com os Estados Unidos, é a agenda positiva brasileira. “Não somos fontes de [problemas] relevantes de imigração, não estamos envolvidos em tráfico de drogas nem de armamentos, portanto temos uma agenda bastante positiva”, afirmou o embaixador.
Ao explicar por que o Brasil representa atratividade para empresas americanas, Sergio Amaral ressaltou que o “governo e sociedade brasileira estão fazendo esforços conjuntos para restaurar a vitalidade da economia, retomar o crescimento, reduzir o endividamento e o déficit fiscal, portanto estamos passando por um processo de saneamento da economia”.
Republicanos e Democratas
O embaixador Sergio Amaral relativizou o senso comum que diz que, nos Estados Unidos, os republicanos são mais abertos para o comércio, enquanto os democratas são mais protecionistas. No atual momento, segundo ele, “essas distinções estão sendo muito atenuadas”.
No caso das relações do Brasil com os Estados Unidos não houve essa distinção. “Sempre tivemos uma relação quase linear”, disse. O diplomata observou também que, especialmente nas eleições deste ano, os discursos tanto do candidato republicano (Donald Trump) quando da candidata democrata (Hillary Clinton) “tinham posições cautelosas na área do comércio e o próprio presidente eleito vem mantendo postura mais protecionista”.
De qualquer forma, segundo o embaixador, nenhuma queixa pode ser feita contra o Brasil, por proteger seu mercado, porque a situação atual mostra que os Estados Unidos estão com saldo favorável nas relações comerciais entre os dois países.
Fonte: Agência Brasil