Parnahyba domina o primeiro tempo no Estádio Municipal em Parnaíba (Foto: Josiel Martins)

Um jogo de três tempos e emoção de sobra. E, no final de 120 minutos, O Flamengo-PI conheceu a força do Tubarão dentro de casa, que manteve a invencibilidade no litoral. No Estádio Mão Santa, no litoral do Estado, os comandados do técnico Paulo Moroni venceram o Flamengo-PI no tempo normal e na prorrogação e, de quebra, garantiram vaga na decisão do Campeonato Piauiense.

No tempo normal, o Tubarão bateu a Raposa por 3 a 1. Os gols dos donos da casa foram marcados por Capela, Ranon e Zé Rodrigues; Luciano descontou para o Flamengo-PI. Na prorrogação, quando jogava por um empate, o time venceu por 1 a 0 com gol de Capela.

Depois de 120 minutos, o Parnahyba aguarda agora o seu adversário na decisão do Piauiense. O seu oponente sairá do confronto entre River-PI e Piauí. A primeira partida da decisão acontece no próximo final de semana.

Com ‘fome’, Tubarão parte para cima; Fla-PI assiste

Dois times opostos em cada lado de campo. A diferença não estava restrita apenas nas cores do uniformes. De um lado, um Parnahyba vibrante e pressionando, contando com o forte apoio da sua torcida no Mão Santa. Dou outro, um Flamengo-PI sonolento, sem ritmo e assistindo a equipe de Paulo Moroni dominar o primeiro tempo. Logo aos dois minutos, as investidas do Tubarão deram certo. Foram três cobranças de escanteio pela esquerda. Na terceira, Rian colocou na área. Alessandro não afastou e a bola caiu nos pés de Capela. O meia bateu e contou com o quique, que encantou Robson: 1 a 0.

O gol no início parece que assustou os jogadores da Raposa, que não contou com finalizações de perigo ao gol de Aranha. O goleiro azulino, aliás, tinha todo o tempo possível para ouvir as instruções de Moroni. O treinador pedia marcação em Edson Di e Augusto. E as orientações foram seguidas. Encontrando forte marcação de Eridon e Gilmar Bahia, o ataque do Flamengo-PI não criou, motivo que irritava o treinador Josué Teixeira.

Parnahyba x Flamengo-PI pelas semifinais do Piauiense (Foto: Josiel Martins)

Enquanto isso, o Parnahyba seguiu em busca do segundo gol. Aos 22, ele quase aconteceu. Capela, em cobrança de falta, mandou para área. A bola passou por todo mundo e por pouco não enganou, mais uma vez, o goleiro Robson. Sofrendo com a ausência do meia Neílson – cortado da partida após estiramento na coxa – a Raposa parecia perdida. O lateral Niel tentava organizar o meio de campo, mas sem sucesso.

E aos 40, o Parnahyba ratificou o domínio. Em cobrança de falta, Zé Rodrigues rolou para Ramon, que acertou um belo chute de fora da área. 2 a 0.

Em desvantagem, Flamengo-PI volta mais disposto

Tentando arrumar a casa para tentar buscar o empate, Josué Teixeira começou o segundo tempo com Jorginho em campo, no lugar de Duda. A Raposa voltou mais disposta, porém sem muita força. Aos 15, uma defesa de Aranha após chute de Marcelo foi o lance de maior chance rubro-negra. O Parnahyba ficava coma as saídas de contra-ataque. E elas levavam perigo. Aos 16, Ivan cruzou para Fabinho e a cabeçada passou à esquerda de Robson.

Em outro lance de velocidade, o Parnahyba desceu pela direita com Capela. O meia foi até a linha de fundo e avançou para dentro da área, sendo derrubado pelo zagueiro rubro-negro. A torcida pediu pênalti, mas Antônio Dib Moraes de Sousa mandou o lance seguir. Os jogadores do Parnahyba reclamaram e a torcida chegou arremessar uma garrafa plástica dentro de campo.

O polêmico lance esquentou a partida, que voltou a ter emoção aos 40 minutos. Aliás, dignas de decisão. Em uma cobrança de escanteio feita por Jorginho, Alessandro se antecipou da zaga e, de cabeça, descontou o placar. O gol deixou, pela primeira vez, a torcida do Tubarão em silêncio. Um empate dava a classificação ao Flamengo-PI. E a Raposa foi atrás do resultado, mas parou em Aranha. Aos 41, em outro escanteio de Jorginho, Augusto testou firme e o goleiro do Parnahyba foi buscar no ângulo.

A tentativa do empate rubro-negro, contudo, foi frustrada pelo Parnahyba. Aos 43, Fabinho apareceu pela direita e encontrou Zé Rodrigues na área. O atacante, livre de marcação, apenas tocou para o gol de Robson. Fim do tempo normal e o Tubarão reverteu a vantagem do empate.

Parnahyba mantém vantagem; Capela é decisivo

A cautela que o Flamengo-PI teve ao longo dos 90 minutos foi para o espaço. Até porque a vantagem do empate na prorrogação era favorável ao Parnahyba. Sabendo disso, Josué Teixeira colocou o atacante Lúcio Bala e Bruno Potiguar nos lugares de Wildinho e Léo Maceió. A tentativa, porém, esbarrou na organização tática do Tubarão. Com o placar favorável, a equipe de Moroni era segura nos toques de bola.

A consistência do Tubarão frente ao desesperado Flamengo-PI aumentou aos 10 minutos do tempo extra com o gol do time azulino. Capela foi decisivo novamente. Usando a força de vontade mais que a técnica, Capela passou por Laércio e Rafael. O chute saiu fraco, mas suficiente para a bola morrer no canto direito de Robson.

Não era dia do Flamengo-PI. Atrás do placar, o rubro-negro tentou sufocar. Mas em vão, sem finalizações. Aos 20 minutos, Moroni colocou Marcos Gasolina e Eduardo Júnior e segurou o placar.

Vencendo, o grito das arquibancadas do Mão Santa ecoou: “Guerreiro, time de guerreiros.. O campeão voltou”. O canto é conhecido no Brasil, mas a torcida do Parnahyba não se importa. No ano do seu centenário, o time do litoral irá defender o bicampeonato estadual. Que presente poderia ser melhor?

Fonte: Globoesporte.com/PI