Um projeto de pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI) pretende produzir respiradores de baixo custo a serem utilizados nos hospitais do Piauí. O projeto está sendo apoiado pelo Ministério Público do Trabalho, seguindo as orientações da Procuradoria Geral do Trabalho que, neste momento de combate ao novo coronavírus, busca soluções alternativas e financia pesquisas com valores decorrentes de multas.

 

O setor de perícias do MPT no Piauí entrou em contato com o professor Fábio Rocha Barbosa, coordenador do projeto “Desenvolvimento de Respiradores PVP Automatizados e Escaláveis”, que pretende produzir respiradores automatizados de baixo custo, desenvolvidos a partir de usinagem de peças alternativas.

 

“Queremos oferecer ao serviço de saúde local um respirador consolidado pela avaliação de calibragem e robustez comparadas a dispositivos semelhantes utilizados no mercado”, afirmou o professor Fábio.

 

A procuradora-chefe do MPT-PI, Maria Elena Rêgo, tem participado de reuniões frequentes com o secretário estadual de saúde, onde se observa a dificuldade em adquirir mais respiradores para os hospitais do Piauí, o que é uma realidade nacional.

 

“Considerando que são equipamentos essenciais no tratamento dos casos graves da Covid-19, o MPT entende que é nosso dever auxiliar no financiamento de pesquisas que busquem soluções viáveis”, disse a procuradora.

 

Por essa razão, solicitou ao Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região a disponibilização de recursos oriundos de multas de Termos de Ajustamento de Conduta e Ações Civis Públicas a serem aplicados em projetos que já estejam avançados no quesito aprovação da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão regulador responsável por validar o equipamento para ser utilizado na saúde sem pôr os pacientes em risco.

 

O MPT está destinando R$ 14.500,00 ao projeto dos respiradores PVP, que serão utilizados na compra de duas impressoras, insumos para material pneumático, material de automação, material hospitalar e componentes de teste. “Vamos utilizar componentes encontrados no mercado brasileiro e produzir respiradores funcionais em larga escala a serem doados aos serviços de saúde do Estado”, sentenciou o professor Fábio Barbosa.

 

O laboratório deverá trabalhar com um total de 13 impressoras 3D na fabricação de máscaras e respiradores. Cada impressora, produz duas máscaras por dia. E um respirador leva dois dias para ser produzido em uma impressora. “A nossa expectativa é de que pelo menos 10 respiradores sejam doados até final de junho ao Hospital de Campanha da UFPI”, afirmou o coordenador do projeto.

 

Fábio afirma que “a união da ciência com a doação do MPT vai proporcionar a produção de sistemas de compartilhamento de ventilador mecânico para até quatro pacientes com insuficiência respiratória, respiradores de baixo custo e máscaras translúcidas, com filtro, de baixo custo e que permitem a leitura labial”. O apoio do MPT chegou no momento em quem o projeto estava praticamente parado porque havia sido submetido a um edital de pesquisa, teve aprovação no mérito, mas não havia recursos para investir. “Agora, nós ganhamos mobilidade, vamos seguir com os testes e obter os resultados já considerados por mérito e com grande potencial de efetividade. É, certamente, um investimento para fazer girar a ciência e a tecnologia”, finalizou o coordenador.

Fonte: Ascom MPPI