No dia 01 de setembro, o caos se instalou no Hospital Estadual Arcoverde, único hospital gerido pelo governo do estado no município de Parnaíba. Médicos que atendem na unidade hospitalar paralisaram suas atividades desde a data citada o que comprometeu por completo na assistência à população parnaibana.

O primeiro final de semana de paralisação deixou marcas, como a morte de pacientes que estavam na Unidade de Terapia Intensiva por conta da atenção dos profissionais médicos. De acordo com os funcionários, a paralisação deu-se pelo fato dos trabalhadores terem quatro meses de salários atrasados. A Secretaria Estadual de Saúde rebateu através de nota e disse que o fato tem ocorrido por conta de uma auditoria realizada no hospital.

UTI às escuras

Nas paredes do Heda, foram afixados avisos datados do dia 29 de agosto, que trazem em seu corpo a transcrição de que a partir daquela data, estavam vetadas da internação de pacientes na UTI do hospital devido à ausência de médicos plantonistas deste setor em virtude da falta de pagamento dos salários. O aviso foi assinado pelo atual diretor do Hospital Dirceu, médico Guido Moreira. A mesma versão foi confirmada por ele em entrevista à TV Costa Norte.

Como consequência da falta de atendimento no HEDA, pacientes tem lotado o Pronto Socorro Municipal, o que dificulta a prestação de cuidados à população, já que o local é responsável pelo atendimento pré-hospitalar, como afirmou o Superintendente de Urgência e Emergência de Parnaíba, João Sérgio Moura.

Médicos do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde relatam que os cirurgiões gerais (efetivos, contratados e prestadores de serviços pararam suas atividades em virtude da falta de pagamento dos plantões (dos meses de maio, junho e julho) dos cirurgiões contratados e dos prestadores de serviços e pela falta de pagamento dos plantões extras (dos meses de maio, junho e julho dos cirurgiões efetivos.
A situação exposta agravou-se no último final de semana, o que levou a Secretária de Saúde do município de Parnaíba, Maria do Amparo Coêlho, registrar um Boletim de Ocorrência no 1º Distrito Policial da cidade. A gestora fez o registro juntamente com o Procurador Geral do município, Fábio Silva.

No B.O, a secretária e o procurador, registraram como natureza da ocorrência, a omissão de socorro por parte do HEDA já que o hospital não recebe pacientes levados pelo Serviço Móvel de Urgência desde o dia 1º de setembro do corrente ano.
Em entrevista, o prefeito Florentino Neto, esclareceu que o hospital Dirceu é regional e está habilitado para os atendimentos de urgência e emergência. “O HEDA é o único hospital que tem UTI pública. Nós estamos vivendo um momento muito difícil, um momento que beira à irresponsabilidade, porque ontem o hospital teve a sua UTI fechada. O hospital há muitos dias vem atendendo em situação de extrema precariedade, isso em razão da paralisação dos serviços prestados por alguns profissionais”.