Fumar vape pode levar a alterações prejudiciais do DNA semelhantes às de pessoas que fumam cigarro convencional. Uma pesquisa feita por cientistas ingleses apontou que os efeitos nocivos do tabagismo no funcionamento genético do organismo são semelhantes.
O estudo foi publicado na revista científica Cancer Research na terça-feira (19/3). Embora a pesquisa ainda não aponte se os cigarros eletrônicos levam a cânceres semelhantes aos causados pela versão tradicional, ela é um indicativo de que, a longo prazo, as alterações genéticas podem favorecer a formação de tumores.
“Usuários de vape apresentam algumas alterações epigenéticas nas células bucais semelhantes às dos fumantes e elas estão associadas ao futuro desenvolvimento de câncer de pulmão. Cigarros eletrônicos parecem ter menos impacto, mas eles não são seguros”, resume a geneticista Chiara Herzog, líder do estudo, em comunicado à imprensa.
Vape foi associado a genes perigosos
O estudo foi feito analisando geneticamenteas amostras colhidas das bochechas e no sangue de 3,5 mil voluntários. Alguns deles não fumavam, outros eram usuários de cigarro tradicional ou da versão eletrônica. Pessoas que usavam ambas formas de fumo foram desconsideradas.
Para entrar no grupo de usuários de vape, a pessoa não poderia ter fumado mais que 100 cigarros na vida. Os considerados fumantes também não podiam fazer uso habitual, mais que uma vez ao mês, de vape.
A intenção de selecionar dois pontos para a coleta de amostras (sangue e boca) foi identificar se regiões diretamente expostas ao fumo, como a boca, tinham mais alterações que as indiretamente atingidas.
Ao comparar os exames com os de pessoas que não tinham o hábito de fumar, os pesquisadores descobriram que as células da boca de fumantes tinham alterações substanciais em suas informações genômicas, seja nos grupos de cigarro eletrônico ou tradicional.
Estas alterações são condizentes com as de estágios pré-cancerosos, com crescimento rápido e anormal das células mais expostas à fumaça. As células do sangue não tinham alterações.
Fonte: Metrópoles