As emissões do Tesouro Direto somaram US$ 1,39 bilhão em setembro, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira (21). O programa, criado em janeiro de 2002, permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem precisarem aplicar em um fundo de investimentos.
Já os resgates (vencimentos e vendas por parte de investidores) de títulos públicos do programa somaram R$ 514 milhões em setembro, o que resultou em emissão líquida (acima do volume de resgates) de R$ 879 milhões no período.
No mês passado, segundo números oficiais, o Tesouro Direto registrou 43.698 novos investidores cadastrados. Com isso, o total de investidores alcançou 973.894 no final do mês, o que representa aumento de 70,8% nos últimos doze meses.
O aumento do interesse dos investidores pelo Tesouro Direto coincide com a queda na rentabilidade e atratividade da poupança. Enquanto o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic (a taxa básica de juros determinada pelo Banco Central), o das cadernetas fica limitado a 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% ao ano.
A alta da inflação, que vem superando a correção da poupança, também tem feito as cadernetas perderem atratividade. Títulos do Tesouro Direto, por exemplo, oferecem rentabilidade acima da inflação. O resultado é que, apenas entre janeiro e setembro de 2016, os saques de recursos da poupança superaram os depósitos em R$ 50,53 bilhões.
Apenas em setembro foram realizadas 136.842 operações de venda no programa, sendo que o valor médio por operação foi de R$ 10.183,25. O Tesouro Nacional destacou a utilização do programa por pequenos investidores, observando que o número de vendas até R$ 5.000,00 correspondeu a 72,1% das vendas ocorridas no mês passado.
“Os títulos mais demandados pelos investidores foram os indexados ao IPCA (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), cuja participação nas vendas atingiu 57,7%. Os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) corresponderam a 18,6% do total e os indexados à taxa Selic (Tesouro Selic), 23,7%”, informou o Tesouro Nacional.
Saldo do programa
Já o saldo total (estoque) de títulos em mercado alcançou o montante de R$ 36,6 bilhões em setembro, um aumento de 3,4% em relação a agosto (R$ 35,4 bilhões) e de 67,4% sobre setembro de 2015 (R$ 21,9 bilhões).
“Os títulos remunerados por índices de preços respondem pelo maior volume no
estoque, alcançando 62,3%. Na sequência, aparecem os títulos indexados à taxa Selic,
com participação de 20,4% e, por fim, os títulos prefixados, com 17,4%”, acrescentou o Tesouro Nacional.
Tesouro Direto
O investimento no Tesouro Direto pode ser uma boa opção para quem não tem muito dinheiro, mas busca um investimento de médio e longo prazos. Ao investir em títulos públicos, a pessoa se torna credora, emprestando dinheiro para o governo. Em troca, recebe juros.
Para aplicar no programa, o interessado deve fazer um cadastro em uma instituição financeira no site do Tesouro Direto. O investidor recebe uma senha por e-mail e pode começar a aplicar seu dinheiro.
No Tesouro Direto, assim como nos fundos de investimento, há cobrança do Imposto de Renda. A aliquota do IR é regressiva em ambos os casos. Ou seja, quanto mais tempo os recursos ficam aplicados, menor será o IR pago pelo investidor.
Para aplicações de até seis meses, a alíquota do IR é de 22,5%, caindo para 20% entre seis meses e um ano. Se o prazo da aplicação superar um ano, mas for retirada antes de completar o segundo ano, o IR fica em 17,5%. Acima de dois anos de prazo, a alíquota é de 15%.
Fonte: G1