itambeApós a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinar a interdição de um lote do achocolatado Itambezinho, medida tomada após uma criança morrer uma hora após beber esse produto, a Diretoria de Vigilância Sanitária do Piauí (Divisa) orientou nesta segunda-feira (29) que todos os municípios façam a interdição cautelar do lote indicado nos estabelecimentos comerciais.

A empresa Itambé Alimentos S/A, responsável pela produção da bebida, disse que já realizou análises laboratoriais internas do lote de produção mencionado na notificação, não identificando qualquer problema em sua composição. “Em paralelo, outras análises estão sendo feitas em laboratórios externos e no LANAGRO – Laboratório Nacional Agropecuário – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujos laudos serão disponibilizados no decorrer desta semana” (confira a íntegra da nota no fim da matéria).

A Anvisa determinou, por medida cautelar, a interdição em todo o território nacional do lote nº 21:18, com validade de 21 de novembro de 2016, do produto Bebida Láctea UHT, sabor chocolate, de 200ml, da marca Itambezinho.

No dia 25, uma criança de dois anos de idade deu entrada na Policlínica do Coxipó, Mato Grosso, com parada cardiorrespiratória, supostamente causada após ingerir uma bebida achocolatada. Os médicos chegaram a tentar reanimar a criança por cerca de uma hora, mas o menino não resistiu e faleceu.

“É uma medida de precaução, uma vez que as investigações ainda estão sendo realizadas”, explicou a diretora da Divisa, Tatiana Chaves.

De acordo com informações da Vigilância Sanitária Municipal de Oeiras, a 313 km de Teresina, mais de 900 unidades do produto já foram interditadas em apenas dois supermercados do município. “Os fiscais lacraram os produtos e foram segregados em depósitos dos próprios supermercados”, disse a coordenadora da Visa de Oeiras, Lívia Rego.

Em caso de dúvida, os consumidores poderão entrar em contato com as Vigilâncias Sanitárias municipais ou por meio do e-mail visapiaui@yahoo.com.br.

Morte no Mato Grosso
Segundo relatos da mãe da criança que morreu no Mato Grosso, o filho teria ficado com “falta de ar, corpo mole e princípio de desmaio”. A mãe afirmou, ainda, que, tanto ela quanto um tio da criança, beberam um pouco do achocolatado e também passaram mal. Ela relatou ter sentido náuseas e tontura e o tio chegou a ser encaminhado para o Pronto-Socorro de Cuiabá.

O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil, após a mãe da criança registrar um boletim de ocorrência. A polícia apreendeu cinco caixas do achocolatado na residência da família e comunicou o caso para a Vigilância Sanitária. Diante da investigação, a Anvisa determinou a interdição cautelar do lote do produto até que se encerre as investigações.
Lote de achocolatado foi recolhido em 2014

Em 2014, a PepsiCo do Brasil recolheu um todo o lote do achocolatado Toddynho contaminado por uma bactéria no Rio Grande do Sul. A companhia reconheceu o problema depois de autoridades de saúde no estado receberem relatos de alteração de sabor e odor, sensação de ardência na boca e náuseas. Segundo a Pepsico, o lote estava bloqueado no centro de distribuição, mas devido a uma falha no processo de descarte, foi repassado para venda no Rio Grande do Sul.

Nota da Itambé (íntegra)
Em relação ao caso do óbito da criança em Cuiabá e a suposta relação com o consumo do achocolatado, a Itambé esclarece que já realizou análises laboratoriais internas do lote de produção mencionado na notificação, não identificando qualquer problema em sua composição. Em paralelo, outras análises estão sendo feitas em laboratórios externos e no LANAGRO – Laboratório Nacional Agropecuário – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujos laudos serão disponibilizados no decorrer desta semana.

Até o presente momento, diferentemente do divulgado nas redes sociais, não houve qualquer notificação de outros casos similares relativos ao produto em questão, além do mencionado acima em Cuiabá, Mato Grosso.

O achocolatado Itambezinho está no mercado há mais de uma década, e nunca apresentou qualquer problema correlato. A empresa reitera seu compromisso com a qualidade de seus produtos e continua trabalhando com os órgãos oficiais para que os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível.

Fonte: G1 Piauí