A segunda votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe equiparar o teto salarial dos auditores fiscais da Secretaria de Fazenda ao de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Piau prevista para esta terça-feira (18) foi adiada por falta de quórum qualificado. Apenas 11 dos 30 compareceram. O adiamento da sessão revoltou a categoria, que chegou a vaiar o discurso do presidente da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), Themístocles Filho.
Para o relator da matéria, Luciano Nunes, a situação é vexatória para a Casa e para os parlamentares já que a PEC deixou de ser votada por causa da ausência de deputados. A proposta aprovada em primeira votação visa equipará o teto salarial dos auditores fiscais da Fazenda ao dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Piauí podendo chegar até R$ 30 mil.
O deputador Robert Rios compareceu a sessão e declarou que vai conversar com os parlamentares para votar na PEC ainda este ano. “A ausência dos parlamentares tem relação partidária. Por isso, enquanto a proposta não for aprovada, não vamos analisar o orçamento”, alegou.
De acordo com o presidente dos auditores, Klesion Teixeira, a categoria vai mudar de estratégia. “Antes nós estávamos buscando apoio dos parlamentares, tanto que na primeira conseguimos 23 votos, só que na segunda votação isso não aconteceu. Com a mudança de cenário, vamos entrar agora em negociação diretamente com o novo governador, já que ele quem vai pagar nosso salário”, contou.
Reivindicação
Antes da sessão, representantes de várias categorias estiveram presentes no plenário e entregaram um documento nas mãos do presidente da Alepi, solicitando o cumprimento da lei dos planos de carreiras prevista no orçamento de 2014. Sindicatos dos delegados, policiais, fazendários, agentes penitenciários, profissionais da saúde e comerciários cobraram reajuste.
Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde Pública do Piauí, Edna Martins, o governador Zé Filho alegou que não irá cumprir as últimas parcelas de reajuste devido ao corte de despesas. “Recebemos até a sexta parcela, mas há servidores como administrativo que iriam ganhar o primeiro aumento este mês e não vai mais. O governador diz não ter condição de cumprir a lei e pode bancar um reajuste de quase 100% para os auditores”, reclamou.
A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí, Andrea Magalhães, disse esperar um pronunciamento da Alepi e que as categorias afetadas sejam ouvidas. “Nós sabemos da crise do estado, mas esperamos que a lei seja cumprida. Temos profissionais esperando este reajuste há mais de dois anos. Não existe fundamentação para o seu cancelamento”, disse.
Fonte: G1/PI