O PT na Câmara apresentou proposta para que os deputados federais repassem mensalmente parte de sua verba parlamentar, o chamado cotão, para as lideranças partidárias. O objetivo é criar um fundo destinado ao "atendimento das despesas de interesse coletivo da bancada", segundo reportagem de Maria Clara Cabral do jornal Folha de S. Paulo.
O repasse teria o limite máximo de 10% do cotão -dinheiro destinado a custear gastos vinculados ao exercício do mandato, como despesas de escritório, consultorias e passagens aéreas.
Pela proposta do PT, o "dízimo" poderia ser adotado por todos os partidos.
Atualmente, o cotão varia de acordo com o Estado do parlamentar -principalmente pelo custo das passagens aéreas- e pode chegar a até R$ 34,2 mil (Roraima). O salário de um deputado federal é de R$ 26,7 mil.
E pode causar mais desgaste entre deputados da base, principalmente entre os petistas, no momento em que o governo clama por um entendimento na bancada. Deputados já reclamam da possibilidade de mudança. "A princípio, sou contra, principalmente porque já repasso 20% do meu salário líquido para o partido", disse Domingos Dutra (PT-MA).
Teixeira argumenta que o objetivo é que o repasse seja feito principalmente pelos vice-líderes de cada partido, já que eles (assim como os líderes) contam com R$ 1.244 a mais no cotão. A proposta, porém, não faz menção aos vice-líderes, mas a "deputados".
Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, concorda com a medida. Ele será o responsável por marcar a reunião da Mesa Diretora que votará o assunto. A proposta não precisa passar pelo plenário para entrar em vigor. Basta que a Mesa a aprove.
Fonte: Folha.com