O governo federal oficializou a criação de uma comissão de sindicância para investigar suposto superfaturamento de obras no Ministério dos Transportes e exonerou "a pedido" um dos servidores envolvidos nas denúncias. As duas medidas foram oficializadas em portaria publicada no "Diário Oficial da União" desta terça-feira (5).

A criação da comissão já havia sido anunciada em nota oficial nesta segunda (4). O ministro estabeleceu um prazo de 30 dias para a conclusão do procedimento apuratório.

Segundo reportagem da revista "Veja" deste fim de semana, representantes do PR, partido ao qual pertence o ministro e a maior parte da cúpula do ministério, funcionários da pasta e de órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras.

Na portaria publicada nesta terça, o Ministério dos Transportes desgina três servidores para compor a comissão de sindicância, um assessor de controle interno e dois advogados da União. Eles deverão investigar, conforme a determinação, "supostos superfaturamento de projetos e obras e desvio de condutas, envolvendo servidores do Ministério dos Transportes, da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)".

"Os órgãos integrantes da estrutura desta pasta e das entidades vinculadas prestarão todo apoio necessário à comissão, manifestando-se sobre as matérias postas à sua apreciação no prazo
assinalado", diz a portaria assinada pelo ministro Alfredo Nascimento.

O servidor exonerado, o assessor do gabinete do ministro Luiz Tito Barbosa Bonvivi, já havia sido afastado da função no fim de semana, de acordo com o ministério.

Fonte G1.