Numa disputa com o governo federal, de quem espera receber recursos para manter, nos rincões do Piauí, um museu a céu aberto com desenhos rupestres de até 50 mil anos, segundo a Unesco, a arqueóloga paulista Niède Guidon faz alarde sobre as marcas de tiros nas pinturas.

A pesquisadora diz temer pela segurança dos 300 sítios arqueológicos e 25 mil pinturas rupestres que descobriu, em 1970, no parque nacional da Serra da Capivara.E afirma que o vandalismo foi praticado "há três anos", supostamente por caçadores.Já o ICMbio, órgão federal que deveria zelar pela área, contesta: diz que as pinturas foram violadas há dez anos.Niéde Guidon diz a jornal que teme pela segurança dos sítios arqueológicos do Piauí.

Isolado, esse sítio arqueológico que conta a história de homens ancestrais fica numa paisagem semiárida e exibe curiosas formações rochosas areníticas, cânions e encostas escarpadas.Há 19 anos, Niède Guidon cuida desse achado arqueológico no parque nacional.O local se tornou patrimônio cultural da humanidade, um título concedido pela Unesco, em 1991.

Tensa, a relação entre a pesquisadora e as autoridades está num momento crítico. Ela declara que as obras do aeroporto internacional de São Raimundo Nonato (PI) têm ritmo lento há 11 anos.

E credita a morosidade "a desvios de verbas públicas”. "São diversas as figuras humanas com marcas de balas; acho que o Brasil está deixando de lado um patrimônio que tem um valor imenso e que pode mudar a história do Piauí", diz Guidon.

 

Com Informações: Folha On line.