No dia 26 de dezembro de 1717, era instalada a Vila da Mocha, atendendo carta régia de 1712, do então rei de Portugal, Dom João V. É esta data que a hoje cidade de Oeiras comemora o seu aniversário. Entre os anos de 1761 e 1762, o primeiro governador da recém-instalada Capitania de São José do Piauí, João Pereira Caldas, elevou a Vila da Mocha a categoria de cidade e capital, e promoveu as povoações de Marvão, Campo Maior, Valença, Jerumenha e Parnaguá, a categoria de vila. Viajando pela capitania durante meses, o governador solenizou a instalação das referidas vilas, em datas distintas. Hoje, todas aproveitam essas respectivas datas para celebrarem seus marco-fundadores, como datas de aniversário. Todas entendem que foi na data de instalação de vila que realmente nasceram, pois nesta data ganharam status de lugar com administração pública, ganhando pelourinho que simbolizava a Coroa, câmara municipal, casa de cadeia, juízes, vereadores, corporações militares, entre outras instituições seculares e religiosas. Mas no caso da Parnaíba, tudo é diferente. Desprezamos datas importantes da nossa rica história, e assim a Prefeitura da Parnaíba e a sua Câmara preferem destacar a data que tem o menor valor simbólico, como data a ser festejada como Dia da Parnaíba. Lembrem-se do nosso Brasil, que no ano 2000, fez grandes festas para comemorar o seu quinto século de existência, considerando como marco fundador e histórico, o 22 de abril – o dia em que Cabral chegou a nossa terra. Cabral apenas mandou rezar missa que foi celebrada à beira da praia. Mas é a data de nosso aniversário como povo brasileiro. Parnaíba nasceu quando o coronel Pedro Barbosa Leal e o seu administrador João Gomes do Rego Barros fundaram uma fazenda no litoral do Piauí. No dia 11 de Junho de 1711, Leal solicitou ao Bispado do Maranhão, licença para construir uma capela dedicada à santa de sua devoção. Assim, foi criado o núcleo que fez nascer a Vila de Nossa Senhora do Monteserrathe da Parnahiba, que logo recebeu o seu primeiro administrador público, o sargento-mor Manuel Peres Ribeiro, o algoz do índio Mandu Ladino. Com as salinas e charqueadas do coronel Pedro Barbosa Leal, Parnaíba logo floresceu. No dia 18 de agosto de 1762, com o primeiro governador João Pereira Caldas, Parnaíba passou a ser a Vila de São João da Parnaíba, e por ser uma das primeiras vilas do Piauí, ela não se emancipou de nenhuma outra, já nasceu vila. Tanto uma cruz, no caso de nosso país, como uma capela, no caso de Parnaíba, são grandes símbolos e marcos históricos num país ainda muito católico feito o Brasil. Mesmo com datas importantes, Parnaíba prefere comemorar o 14 de agosto, quando em 1844, foi elevada a categoria de cidade, e ganhou apenas esse título, pois nesta data, Parnaíba não foi contemplada com nenhum privilégio, o que torna a data menos importante. Lembrem-se que a cidade de Parnaíba trabalha com a indústria do turismo, e é muito mais atrativo viajar para uma cidade com 305 anos de história. Ironicamente, o Dia do Piauí, que é uma data parnaibana de 1822, é mais velho do que a própria cidade da Parnaíba, um desprezo ao nosso glorioso passado.
Vila da Parnaíba, em 1806. O pelourinho, no largo civil, simbolizava o poder da Coroa.

No dia 26 de dezembro de 1717, era instalada a Vila da Mocha, atendendo carta régia de 1712, do então rei de Portugal, Dom João V. É esta data que a hoje cidade de Oeiras comemora o seu aniversário.

Entre os anos de 1761 e 1762, o primeiro governador da recém-instalada Capitania de São José do Piauí, João Pereira Caldas, elevou a Vila da Mocha a categoria de cidade e capital, e promoveu as povoações de Marvão, Campo Maior, Valença, Jerumenha e Parnaguá, a categoria de vila. Viajando pela capitania durante meses, o governador solenizou a instalação das referidas vilas, em datas distintas.

Hoje, todas aproveitam essas respectivas datas para celebrarem seus marco-fundadores, como datas de aniversário. Todas entendem que foi na data de instalação de vila que realmente nasceram, pois nesta data ganharam status de lugar com administração pública, ganhando pelourinho que simbolizava a Coroa, câmara municipal, casa de cadeia, juízes, vereadores, corporações militares, entre outras instituições seculares e religiosas.

Mas no caso da Parnaíba, tudo é diferente. Desprezamos datas importantes da nossa rica história, e assim a Prefeitura da Parnaíba e a sua Câmara preferem destacar a data que tem o menor valor simbólico, como data a ser festejada como Dia da Parnaíba. Lembrem-se do nosso Brasil, que no ano 2000, fez grandes festas para comemorar o seu quinto século de existência, considerando como marco fundador e histórico, o 22 de abril – o dia em que Cabral chegou a nossa terra. Cabral apenas mandou rezar missa que foi celebrada à beira da praia. Mas é a data de nosso aniversário como povo brasileiro.

Capela e imagem de Nossa Senhora de Monserrathe da Parnahiba
Capela e imagem de Nossa Senhora de Monserrathe da Parnahiba

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Parnaíba nasceu quando o coronel Pedro Barbosa Leal e o seu administrador João Gomes do Rego Barros fundaram uma fazenda no litoral do Piauí. No dia 11 de Junho de 1711, Leal solicitou ao Bispado do Maranhão, licença para construir uma capela dedicada à santa de sua devoção. Assim, foi criado o núcleo que fez nascer a Vila de Nossa Senhora do Monteserrathe da Parnahiba, que logo recebeu o seu primeiro administrador público, o sargento-mor Manuel Peres Ribeiro, o algoz do índio Mandu Ladino. Com as salinas e charqueadas do coronel Pedro Barbosa Leal, Parnaíba logo floresceu. No dia 18 de agosto de 1762, com o primeiro governador João Pereira Caldas, Parnaíba passou a ser a Vila de São João da Parnaíba, e por ser uma das primeiras vilas do Piauí, ela não se emancipou de nenhuma outra, já nasceu vila. Tanto uma cruz, no caso de nosso país, como uma capela, no caso de Parnaíba, são grandes símbolos e marcos históricos num país ainda muito católico feito o Brasil.

Mesmo com datas importantes, Parnaíba prefere comemorar o 14 de agosto, quando em 1844, foi elevada a categoria de cidade, e ganhou apenas esse título, pois nesta data, Parnaíba não foi contemplada com nenhum privilégio, o que torna a data menos importante. Lembrem-se que a cidade de Parnaíba trabalha com a indústria do turismo, e é muito mais atrativo viajar para uma cidade com 305 anos de história. Ironicamente, o Dia do Piauí, que é uma data parnaibana de 1822, é mais velho do que a própria cidade da Parnaíba, um desprezo ao nosso glorioso passado.

Petição de Pedro Barbosa Leal solicitando ao Bispado do Maranhão, licença para construir a Capela de Nossa Senhora de Monserrathe da Parnahiba, datada em 11 de Junho de 1711.
Petição de Pedro Barbosa Leal solicitando ao Bispado do Maranhão, licença para construir a Capela de Nossa Senhora de Monserrathe da Parnahiba, datada em 11 de Junho de 1711.