Lauro-Correia1125 – LIGAÇÃO DO RIO TOCANTINS AO RIO PARNAÍBA (3)

 

Lauro A. Correia

Engenheiro Industrial – UFMG

Prefeito Parnaíba – 1963/1966

Presidente FIEPI – 1974/1982

Professor Emérito – UFPI

Diretor CMRV – UFPI – 1970/1982

Professor CMRV – UFPI – 1969/1994

Esclareço aos meus leitores e amigos que este artigo 125 é continuação do artigo  124 sobre o importante assunto da Ligação do Rio Tocantins ao Rio Parnaíba.

3ª Parte (final) 

Trabalho de autoria de Lauro Correia, tendo em vista a realização da Reunião do Conselho Deliberativo da SUDENE, dia 30 de Setembro de 1983, na cidade de Parnaíba, Estado do Piauí.

IV – VIABILIDADE DA LIGAÇÃO DOS DOIS RIOS

Através de sucintos comentários e objetivos transcrições, mostraremos a viabilidade da Ligação do Rio Tocantins ao Rio Parnaíba.

a)       A barragem do Rio Tocantins, em Carolina, no Maranhão, elevando de 60 metros o nível das águas, proporciona desnível favorável à ligação natural dos dois rios, através de afluente do Rio das Balsas, no trecho Carolina – Riachão.

b)       Os recursos para o abertura do canal de ligação, de Carolina ao Riachão, ambas no Estado do Maranhão, com extensão aproximada de 100 km, poderão ser incluídos no PGC – Programa Grande Carajás.

c)       O DNOS, através da CESAN, – Comissão de Estudos para o aproveitamento integrado aos Recursos Hídricos para o Semi-Árido Nordestino, divulgou um relatório, no qual se lê uma pseudo-inviabilidade da transposição de águas do Rio Tocantins pra o Nordeste:

“Examinamos várias possibilidades de captar as águas do Tocantins, mas a mais barata delas custaria cerca de seis bilhões de dólares, enquanto a amis cara ficaria por menos de dez bilhões. Não só o Tocantins fica bem mais distante da região semi-árida que se pretende alcançar como, por correr a baixas altitudes, exigira grandes bombeamentos para transpor os obstáculos que se interpõem.

“ Seria necessário captar as águas do Tocantins em um reservatório a se criado por uma barragem em Carolina. A partir daí, haveria necessidade de uma série de estações de bombeamento e reservatórios de acumulação para conduzir a água até os Rios Gurguéia, Piauí, Canidé, Jaguaribe e Acaraú. Dos 200 metros cúbicos que poderiam ser captados por segundo, apenas 30 chegariam até o Ceará.”

É evidente que a transposição de águas do Rio Tocantins deverá efetivar-se apenas para o Piauí, ou mais precisamente para o Rio Parnaíba, afim de que seja econômica, conforme se explicou no item III anterior.

d)                  O Canal de aproximadamente cem quilômetros ligará Carolina a Riachão, no Estado do Maranhão, ou mais precisamente, o Rio Tocantins às nascentes de afluente do Rio das Balsas.

A transposição das águas dar-se-á através dos leitos naturais de afluente do Rio das Balsas e do próprio Rio das Balsas, até atingir o Rio Parnaíba, a montante do Reservatório de Boa Esperança.

V – CONCLUSÕES 

a)                   A ligação do Rio Tocantins ao Rio Parnaíba, através de afluente do Rio das Balsas e do próprio Rio das Balsas, prevê a abertura de canal de aproximadamente cem quilômetros, de Carolina a Riachão, no Estado do Maranhão.

b)                  O estudo, em profundidade, da ligação do Rio Tocantins ao Rio Parnaíba deverá ser efetivado pelo DNOS – Departamento Nacional de Obras de Saneamento, assim como o fez da transposição de águas excedentes do Rio São Francisco para o Nordeste Semi-Árido.

c)                   A criação da CODEVAP – Companhia de Desenvolvimento do Vale do Parnaíba, a exemplo da CODEVASF, é uma decisão governamental da máxima importância.

d)                  O planejamento e a execução integrada do desenvolvimento da bacia do Rio Parnaíba deverão ser consolidados no PLANVAP – Plano de Desenvolvimento d Vale do Parnaíba.

e)                  A ligação do Rio Tocantins ao Rio Parnaíba se inclui como a 5ª grande obra, ligada ao Rio Parnaíba, indispensável ao desenvolvimento sócio-econômico do Estado do Piauí e de toda a bacia do importante rio. (vide doc. 04).

f)                    A transposição de águas excedentes dos Rios São Francisco e Tocantins, para o Nordeste semi-árido, deverá observar as seguintes diretrizes:

O Rio São Francisco deverá ser utilizado na transposição de águas excedentes para Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, a saber:

Sistema 5 – Sistema adutor Sobradinho – Pontal – Garças.

Sistema 6 – Sistema adutor São Francisco – Jaguaribe.

Sistema 7 – Sistema adutor Salgado – Piranhas – Apodi. (vide doc. 02, páginas 34 e 35)

O Rio São Francisco poderá e deverá também ser usado na transposição de águas excedentes para o Piauí, a saber:

Sistema 4 – Sistema adutor Sobradinho – Piauí – Canindé. (vide doc. 02, pág. 34 e 35)

O Rio Tocantins deverá ser utilizado na transposição de águas excedentes para o Piauí, isto é, para o Rio Parnaíba, a saber:

Sistema 1 – Sistema de captação do Rio Tocantins.

Parnaíba (PI), 21 de fevereiro de 2018

Lauro A. Correia

LAC/SNC