Criada há 17 anos, a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (ADAPI) é o órgão executor no estado das ações de defesa sanitária animal e vegetal, inspeção de produtos de origem animal e classificação de produtos de origem vegetal.

Sob a direção da médica veterinária Alexsandra Carvalho, fiscal Estadual Agropecuária, a Adapi conta atualmente com 422 servidores efetivos e neste quadro estão 87 médicos-veterinários, 48 engenheiros agrônomos, 46 agentes técnicos e 241 técnicos de fiscalização agrícola. “Trabalhamos com a hipótese de realização de concurso em 2023”, diz a diretora, esclarecendo que o pedido para realização do concurso foi feito o ano passado e está no orçamento.

O concurso deve abrir vagas para médicos veterinários, engenheiros agrônomos e técnicos em agropecuária. “Nosso último concurso foi em 2010 e a demanda está crescendo, com muitos servidores aposentados e desligamentos voluntários para assumir outros concursos. Dessa forma estamos aguardando a autorização após análise junto aos órgãos competentes”, disse a diretora.

Alexsandra informa que a Adapi tem atuação em todo Piauí, com 39 Unidades de Sanidade Animal e Vegetal (USAVs), que atendem regionalmente de norte a sul do território piauiense. “São 138 Escritórios de Atendimento a Comunidade (EAC) distribuídos nos municípios do Estado e dez Postos de Vigilância Agropecuária, estes presentes nas regiões de divisas do Estado onde ocorrem maior fluxo do trânsito de produtos animais, vegetais e seus subprodutos”, explica, declarando que a principal meta da Adapi é o reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação.

“Garantimos um índice vacinal contra febre aftosa de quase 93% de nosso rebanho, acima da meta do Mapa que é 90%; garantimos também o não surgimento de focos de peste suína clássica e a manutenção de área livre das pragas vegetais”, declara.

O trabalho da agência, segundo a diretora, é garantir a sanidade e qualidade no agronegócio, através de medidas que garantam a segurança sanitária e fitossanitária tendo como principais ações prevenir, combater, controlar e erradicar doenças e pragas animais e vegetais de interesse econômico.

“Na área animal, nossas ações garantem o Estado como área livre de febre aftosa com vacinação, que deixam portas abertas para exportação de animais e seus produtos. Garantimos a rastreabilidade de animais com emissão da Guia de Trânsito Animal – GTA (documento oficial para transporte animal no Brasil que contém informações essenciais sobre a origem e destino dos animais). Com isso garantimos a segurança sanitária na realização de eventos agropecuários, exigindo na entrada de eventos a GTA, acompanhada de exames como o de tuberculose e brucelose para bovinos, Anemia Infeciosa Equina, Mormo e Influenza Equina para cavalos e atestados de sanidade de caprinos e ovinos, preservando a saúde dos animais e do publico no evento, visto que algumas doenças são zoonoses, podendo ter o risco de contaminação humana”, explica.

Na área vegetal, Alexsandra diz que a Adapi atua no sentido de evitar a entrada da Sigatoka negra e Moko da bananeira (doenças que causam sérios danos a cultura da banana), pragas presentes no Brasil com risco potencial de prejuízos aos bananicultores do Piauí, dificultando a comercialização das frutas produzidas aqui para outros estados.

“Também monitoramos a ferrugem asiática da soja, doença causada por um fungo, e o Amarathus palmeri, uma planta infestante considerada quarentenária e ainda ausente no Piauí, Pragas com podem causar prejuízos econômicos aos produtores. Além do já exposto, a ADAPI fiscaliza agrotóxicos e afins (produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento, e beneficiamento de produtos agrícolas e nas pastagens, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos), realizando ações de fiscalização da comercialização à destinação final das embalagens vazias. Fiscalizando o armazenamento, recomendação, aquisição, uso e destinação das embalagens vazias dos produtos, corrigindo e disciplinando todos os envolvidos: revenda, responsável técnico e usuário. Visando, dessa forma, a saúde da população e preservação do meio ambiente”, diz.

A Adapi também faz a classificação dos grãos como milho e feijão, garantindo qualidade na mesa do consumidor. “Realizamos a inspeção de abatedouros registrados e certificamos produtos de origem animal como mel, carnes, ovos, laticínios entre outros através do SIE (Serviço de Inspeção Estadual) ou, em alguns casos com um selo que permite a venda em todo o Brasil, através do SISBI-POA (Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária), que tem como objetivo padronizar os procedimentos de inspeção dos produtos de origem animal de forma a garantir a inocuidade dos alimentos”, diz, enfatizando que futuramente a agência realizará a inspeção de produtos e subprodutos de origem vegetal com a lei já publicada. “Estamos montando nossa equipe e concluindo o decreto de regulamentação para publicação”, informa.

Fonte: Isabel Cardos – Meio Norte