Os piauienses estão sentindo na pele, literalmente, os efeitos do aumento da temperatura e da queda da umidade relativa do ar. Mas não é só no cuidado da saúde que as preocupações aparecem. Órgãos de monitoramento ambiental, como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), já lançaram alertas para a quantidade de queimadas registradas no Estado durante este mês. É fogo que destrói vegetação nativa e ameaça, inclusive, atingir áreas urbanas.
Segundo o monitoramento diário feito pelo Instituto, agosto no Piauí já pode ser considerado um período crítico. É que com os 1.432 focos de queimada registrados nos últimos 25 dias no Estado, este mês já responde, sozinho, por 63,3% do total de focos de incêndio em vegetação acumulados no ano. De janeiro até ontem, o Inpe já contabilizou 2.261 queimadas no Piauí.
O aumento das ocorrências em agosto, se comparado a julho, já é de 155% (no mês passado inteiro, foram identificados 561 focos de incêndio na mata). É como se o Estado estivesse registrando uma média de 57 focos de fogo em vegetação por dia durante este mês. E, observando-se o ano todo, de janeiro até este domingo (25), é como se o Piauí contabilizasse cerca de 282 ocorrências de chamas na mata diariamente, conforme os dados do Inpe.
A situação mais crítica foi observada justamente neste domingo (25), quando o sistema de monitoramento de queimadas do órgão identificou 143 focos de queimada no Piauí. Para se ter uma ideia da magnitude e gravidade do número, o aumento foi de 64% em relação ao dia anterior (sábado, 24), ou seja, o número de incêndios em vegetação no Piauí quase dobrou em um intervalo de apenas 24 horas. Vale lembrar que na semana passada, o Inpe já havia alertado que, neste fim de semana no Piauí, seriam registradas as taxas de umidade relativa do ar mais baixas para o mês.
Foto: Jailson Soares/O Dia
E é no interior que a situação se apresenta mais crítica. O município piauiense de Pimenteiras, a 266 quilômetros de Teresina, é a cidade brasileira com a quarta maior quantidade de focos de incêndio na mata registrados nos últimos cinco dias, tendo contabilizado, só ontem, um total de 52 focos.
Risco em todo o Estado
Em vésperas de começar o B-R-O-Bró, o período mais quente do ano, o Piauí encontra-se com todo o seu território sob risco de fogo. Agrava ainda mais a situação o fato de o Estado possuir risco de precipitação de chuva próximo a zero na escala de monitoramento do Inpe, ou seja, a umidade relativa do ar, que já se encontra baixa, deve permanecer assim, entre 20% e 40% nos períodos mais quentes do dia. A média é considerada baixa para os padrões ideias segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mapa de risco de fogo – Foto: Reprodução/Inpe
As temperaturas no Piauí estão variando entre 32 e 34 graus e a maior parte do estado, sobretudo o Norte e Meio Norte, está há cera de 40 dias sem chuva.
Fonte: Portal O Dia