C O N T O

 

narrativa escassa

de uma ação somente

presa ao presente

menos ao que passa,

no discurso o diálogo

predominante sempre.

 

o relato lerdo

ou relato lento

sem lugar no conto,

circunscrito a

– singular espaço

– tempo de relógio

– flashback raro

– personagem pouco.

 

no ensinamento

de Massaud Moisés,

“plástico” e “objetivo”

com dado criativo

subpondo-se ao

dado observado.

 

tipos importantes:

conto de ideia

conto de cenário

conto de ação.

 

na lição de Mário

conto é o que conto

se chama. E pronto!

 

 —–     Comentário     —–

 

 

A palavra conto origina-se do latim “computu”, que significa “cálculo”, “conta” e remonta aos primórdios da própria arte literária.

O conto, ao lado da novela e do romance, é uma das  formas de ficção. De todas, a menos extensa.

Segundo Afrânio Coutinho, em NOTAS DE TEORIA LITERÁRIA, “entre o ‘romance’ e a ‘novela’ a distinção é mais quantitativa do que qualitativa: a ‘novela’ é obra de menor extensão, cobre um cenário mais reduzido, lida com menor número de personagens e incidentes, limita-se a maior economia no tempo e no espaço (…). Já a caracterização do ‘conto’ em relação ao ‘romance’ e à ‘novela’ é tanto qualitativa quanto quantitativa.”

     Eis as principais características do conto:

     – unívoco, univalente:  um só conflito, uma só história, uma só célula dramática

     – predomínio do diálogo (raras ou poucas linhas dissertativas ou descritivas

     – espaço da ação é limitado (a história pode transcorrer numa rua, num hospital

     – unidade de tempo: a ação ocorre num restrito lapso de tempo, horas ou dias

     – número reduzido de personagens

     – foco narrativo: qualquer um pode ser empregado: narrador-personagem, narrador-onisciente e narrador-observador

     – flashback raro

     – enredo linear

A estrofe final do poema “Conto” faz alusão ao escritor paulista Mário de Andrade, a quem se atribui a frase  –  “conto é o que conto se chama”.

 

Por Alcenor Candeira Filho