Milton Nogueira, pai do estudante de 10 anos que atirou em sua professora e depois se matou com um tiro na cabeça, durante o velório no Cemitério Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

Além do revólver calibre 38 que usou para atirar na professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38 anos, e depois contra a própria cabeça, D.M.N carregava outra coisa escondida na mochila que levou na tarde desta quinta-feira para a escola Professora Alcina Dantas Feijão,em São Caetanodo Sul, na Grande São Paulo. Em meio a cadernos e canetas, estava um autorretrato desenhado pelo estudante, no qual ele aparecia segurando duas espingardas cruzadas na frente ao corpo. Ao lado, a figura de um homem e a palavra “professor”. A imagem ostentava a frase “Eu com 16 anos”.

Segundo a delegada Lucy Mastellini Fernandes, titular do 3º Distrito Policial de São Caetano do Sul, onde foi registrado o boletim de ocorrência, a preocupação agora é descobrir se houve a participação de outra pessoa, que teria instigado D.M.N, ou o induzido a cometer o crime. “Também queremos saber se o pai do garoto, o guarda civil municipal Nilton Nogueira, dono do revólver, guardou a arma com a cautela necessária”, contou Lucy. “Ele pode ser responsabilizado, embora eu não veja a possibilidade de indiciá-lo por homicídio, até porque ninguém foi assassinado. O que houve foi uma tentativa de homicídio e um suicídio”. A decisão final, entretanto, caberá ao promotor e ao juiz.

De acordo com a delegada, a arma usada para cometer o crime está registrada em nome de Nilton – o revólver é particular e não da guarda civil – e ficava guardada em cima de uma estante. Segundo depoimento informal de Nilton, quando notou a falta da arma ele foi até o colégio por volta das 13h para perguntar aos filhos se um deles estava com o revólver.

Ao ser questionado, D.M.N. teria dito: “Pai, a arma não está comigo, quer olhar minha mochila?” Confiando no filho, Nilton foi embora.

 Fonte: Folha