Posto Avançado do IML de Parnaíba, localizado no Bairro Frei Higino. (Foto: Kairo Amaral)
Posto Avançado do IML de Parnaíba, localizado no Bairro Frei Higino. (Foto: Kairo Amaral)

As duas geladeiras que são utilizadas para conservar cadáveres de vítimas de morte violenta e restos mortais de pessoas com óbitos suspeitos no Instituto Médico Legal (IML) de Parnaíba, no litoral do Piauí, parou de funcionar e alguns materiais que estavam sendo congelados para análise foram perdidos. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (12) pelo coordenador da entidade, Charles Pitter.

“Um dos equipamentos já está queimado há mais de um ano, o outro, que servia para manter corpos e materiais coletados para análise queimou também, com isso, algumas mortes que estavam sendo investigadas ficarão sem solução e este material era de suma importância. A unidade é responsável por atender pelo menos 10 cidades da região Norte do estado”, relatou.

De acordo com o coordenador Charles Pitter, a outra geladeira não está funcionando por que está faltando algumas peças. “O estado não tem um técnico disponível para fazer a manutenção desses equipamentos quando apresentam problemas deste tipo. Aqui a situação está séria, pois temos que receber corpos e tentar liberar o mais rápido possível porque não temos como conservá-los”, disse.

Charles Pitter disse ainda que por conta do problema nas geladeiras, o corpo de um homem vítima de acidente de trânsito que aguardava por reconhecimento entrou em estado de putrefação e teve que ser enterrado como indigente. “Os restos mortais de um casal que foi encontrado em estado de decomposição em março deste ano apodreceram e não tiveram como analisar. Dessa forma, as mortes ficaram sem elucidação por parte da perícia médica”, afirmou Pitter.

Geladeiras do IML de Parnaíba estão sem funcionar há 20 dias (Foto: Daniel Santos / Proparnaíba)
Geladeiras do IML de Parnaíba estão sem funcionar há 20 dias (Foto: Daniel Santos / Proparnaíba)

No IML ainda era armazenado parte do útero de uma mulher, de 20 anos, que morreu depois de ter 82% do corpo atingido por queimaduras de terceiro grau na penitenciária, bem como outras amostras de pessoas vítimas de mortes relacionadas a crimes e acidentes de trânsito. “Essa mulher foi carbonizada e o útero dela teve que ser coletado, pois existia a suspeita de gravidez, com o problema ficou impossível de analisar”, explicou o coordenador.

A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria de Segurança, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

Fonte: G1 Piauí
Edição: Portal Costa Norte