leoLeonardo Vieira reestreou na noite dessa quarta-feira, 11, o espetáculo “Nove em ponto” em São Paulo, dias após sofrer ataques homofóbicos nas redes sociais – ele foi atacado depois de ser fotografado beijando outro homem em uma festa. Curiosamente, na peça ele interpreta Diogo, um piloto de avião misógino e cheio de discriminações. “É um homem que desvaloriza a mulher, preconceituoso, diferente de mim que luto contra a homofobia. Mas me divirto fazendo ele porque o pessoal se diverte”, contou o ator, em conversa com o Ego.

Fora dos palcos, Leonardo luta contra os comentários maldosos que recebeu quando teve sua orientação sexual exposta.

“Essa é minha tentativa de transformar algo ruim em bom. Não sei se ruim, porque um beijo nunca é uma coisa ruim, mas é uma luta contra o preconceito, homofobia, também cobrando uma postura mais bacana da mídia e de todo mundo. Acaba que isso mexe em outros assuntos que precisam ser discutidos – como a internet, que é uma terra de ninguém -, e isso é muito positivo”, explicou.

Galã pode ser gay?
Leonardo ficou famoso aos 22 anos – hoje ele tem 48 – na novela “Renascer” e logo recebeu o título de galã. Se esse episódio pode prejudicar sua carreira, ele acredita que não. “Se galã não pode (se assumir gay) não sei, mas eu fiz e estou aqui. Não sei como será no futuro, não sei se vão me chamar para fazer ‘o galã’, espero que sim. Se eu ‘enganei’ todo mundo até hoje, sou ator, né? Está é a minha função, é assim que pago as minhas contas (risos). Espero que não atrapalhe”, disse ele, bem-humorado.

O ator confessou que sofria pressão implícita para não ‘sair do armário’ para o público: “O público quer você daquela maneira, você pode desiludir uma pessoa. Mas eu não quero desiludir ninguém, quero só ser eu mesmo”.

Apoio do pai
Leonardo ficou emocionado ao lembrar da carta que recebeu do pai  – que tornou pública em suas redes sociais (veja abaixo) – em ele o apoia. “Eu choro até agora falando da carta, é muito emocionante. Meu pai é extremamente conservador, ex-militar, formação católica, então foi um longo processo, uma história desde que eu tinha 15 anos. Ter uma resposta dele assim, a ver que a coisa desenvolveu, amadureceu. Ver que sou um orgulho para ele, faz eu me sentir vitorioso”, afirmou.

O ator deixa claro que não quer levantar bandeiras, mas sim ajudar e lutar por quem sofre preconceitos. “Espero que as pessoas se inspirem e eu, de alguma forma, seja um conforto para outras pessoas. Levantar a bandeira eu não vou porque nunca fui assim. Mas se tiver um ato de violência, injustiça e descriminação pode contar comigo porque estarei aqui”, declarou.

Fonte: Ego