A arrecadação federal totalizou R$ 109,94 bilhões em julho deste ano, informou nesta sexta-feira (25) a Receita Federal. O valor se refere à receita com impostos, contribuições federais e outras, como royalties pagos ao governo por empresas que exploram petróleo no país.
O resultado representa uma queda real (descontada a inflação) de 0,34%, na comparação com o mesmo período de 2016. Foi o pior resultado para o mês de julho desde 2010, ou seja, em sete anos.
Dados do Fisco mostram que a receita somente de impostos e contribuições federais, a chamada receita “administrada”, registrou uma queda de 1,7% em termos reais no mês de julho. O resultado geral da arrecadação só não foi pior porque o recebimento de “royalties” do petróleo subiu 38,8% no mesmo período.
Os números mostram que a arrecadação federal registra altos e baixos em 2017. As receitas aumentaram em janeiro, fevereiro, abril e junho, mas caíram em março, maio e em julho. O resultado leva em conta sempre a comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Arrecadação sobe na parcial do ano
Apesar do tombo em julho, a arrecadação registrou crescimento no acumulado dos sete primeiros meses do ano. Neste período, avançou 0,61% em termos reais, para R$ 758,33 bilhões. Foi melhor do que o ano passado, mas recuou frente ao patamar de 2015.
A arrecadação apresentou aumento, contra o mesmo período do ano passado, em um momento em que a economia começa a exibir sinais de que pode estar saindo da forte recessão dos últimos anos. De janeiro a julho, a produção industrial avançou 0,47%, a massa salarial avançou 2,5% e o valor em dólar das importações cresceu 12,5%. Porém, as vendas de bens recuaram 0,95%.
Os números mostram que somente a receita administrada cresceu R$ 25,67 bilhões no acumulado de 2017, ao mesmo tempo em que a arrecadação de “royalties” também ajudou, registrando uma alta de R$ 8,1 bilhões neste ano.
Meta fiscal
O comportamento da arrecadação é importante para o governo tentar atingir a meta fiscal. Para todo ano de 2017, o objetivo foi fixado em um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) de até R$ 139 bilhões, mas o governo busca revisar esta meta para um rombo maior, de até R$ 159 bilhões neste ano.
A crise econômica, e os rombos sucessivos nas contas públicas, já provocaram a retirada do chamado “grau de investimento” – uma recomendação para investir no país – pelas três maiores agências de classificação de risco (Standard & Poors, Fitch e Moody´s).
No ano passado, o rombo fiscal somou R$ 154,2 bilhões, o maior em 20 anos. Em 2015, o déficit fiscal totalizou R$ 115 bilhões. A consequência de as contas públicas registrarem déficits fiscais seguidos é a piora da dívida pública e mais pressões inflacionárias.
Fonte: G1