O presidente do Instituto Amostragem, cientista político epidemiologista Batista Teles, que tem um legado de pioneirismo e pesquisas no Piauí, nos recebeu em seu em seu escritório, em Teresina para um bate-papo sobre corrida eleitoral para 2022, com análises do cenário nacional e estadual, revelando onde está cabeça do eleitor piauiense faltando menos de um ano para o primeiro turno das eleições. “A cabeça do eleitorado ainda está muito afetada pela situação sanitária que nós estamos vivendo, que estamos saindo de uma pandemia. Então de uma forma geral o eleitorado brasileiro, em particular o piauiense, ele está saindo dessa crise, querendo sobreviver a essa crise diante de um cenário de alta inflação e de desemprego. Isso reflete no baixo grau de interesse que as pesquisas têm mostrado para eleição, falo em particular aqui no Piauí”, declara Batista.

 

O especialista falou também sobre as recentes alterações na legislação eleitoral e o sentimento as motivou, analisando as interferências na dinâmica eleitoral para o próximo ano. “A gente está vendo como um retrocesso essa nova legislação eleitoral no tange às pesquisas. A legislação anterior é uma das melhores do mundo porque ela respeitava o acesso à informação que a Constituição de 88 assegura. Então, não tinha nenhuma restrição quanto ao prazo de se publicar pesquisas, agora 72 horas antes das eleições não pode mais”, critica.

 

Batista revela como está se comportando o setor de pesquisas diante da fluidez do voto em grande parte influenciada pelas redes sociais. “O que os institutos já faziam de dividir proporcionalmente as suas amostragens de acordo com faixa etária, com grau de instrução, sexo, localização geográfica. Os instrumentos que estamos colocando não é só mais os instrumentos do questionário tradicional, hoje a gente observa muito os aplicativos […], por conta da influência das redes sociais”, revela.

 

Diante das pesquisas atuais, Batista analisa o cenário nacional para sucessão presidencial, mas confessa que é cedo para fazer afirmações mais assertivas. “Eu acho um equívoco achar que o presidente Bolsonaro está fora do jogo, ele tem 1/4 do eleitorado e o eleitor do presidente Bolsonaro, hoje em dia, representa o perfil do eleitorado do PT de outrora, que era aquele aguerrido, aquela militância que ia pra cima, que pedia voto”, diz analisando também sobre a possibilidade de terceira via com Ciro Gomes, Sérgio Moro ou pelo PSDB, que sofre briga interna entre João Dória e Eduardo Leite. Para Teles, no momento existem dois extremos, “Lula é o franco favorito, inegavelmente, mas que por essa influência das redes sociais até lá ainda vai acontecer muita coisa ainda”.

Na avaliação do presidente do Amostragem os últimos números do cenário piauiense da eleição para o governo, mostra o que cada lado tem para começar o jogo. “A questão do PT no Piauí é o tempo e há uma expectativa de mudança como sempre existiu. Devido essa questão do tempo ele (referindo-se ao partido) coloca uma pessoa jovem, de uma nova geração de políticos, um técnico comprovadamente com competência para ir em frente”, diz sobre Rafael Fonteles, que tem sido apontado como pré-candidato do governo.  Sobre a oposição evidencia que “Hoje o candidato que melhor se posiciona nas pesquisas é o Sílvio Mendes, que o Sílvio Mendes pra mim é um fenômeno porque ele se afastou da política há muito tempo […] e ele se posiciona muito bem à partir de Teresina. Então ele tem uma boa imagem pra arrancada”.

 

Por fim, Batista Teles, ressaltou o que deve estar no radar do eleitor para 2022. Confira a entrevista na íntegra.