Oh, Senhora do conforto
Tenha piedade de mim,
E dos outros mortais parnaibanos!
Que do trabalho vivem, a labutar
Todos os santos (ou não santos) dias,
Pingando suor, sangue e lágrimas…
Com apenas um desejo de fim de noite: um sono!
Sim, um simples sono, amparado por tuas bênçãos,
Seja no refresco de ventiladores,
Ou do ar condicionado, que bom seria… Mas não.
Não estás sendo misericordiosa hoje, Luz,
Faltaste na pior hora possível…
E pior ainda, não voltaste até agora!
Sabes bem, que nesta hora ingrata,
Não se faz possível abrir janelas,
Pois grande é a violência que amedronta o povo,
Quando não muito, as muriçocas,
Estas, ainda mais terríveis,
Pois silenciosas e sanguinárias que são (além de ligeiras),
Chegam a perturbar o sono até do “cabra” mais corajoso…
Eu, assim como teus outros filhos,
Principalmente os mais capitalistas,
Estamos a roer unhas, inquietos e angustiados,
Sem uma resposta, ao menos uma mensagem que seja,
De teu retorno, oh Bendita Luz…
Pois é quando poderemos ter de volta,
Toda a comodidade…
E com paciência ou não,
Fico a tua espera, na luz da vela,
A minha mais humilde salvação!
Claucio Ciarlini