Em um jogo de extremos entre a pior e uma das melhores defesas entre os times grandes no Carioca, venceu a segunda. Consistente na zaga e preciso no ataque, o Botafogo derrotou, na noite desta quarta-feira, o Fluminense por 2 a 0 e se classificou com duas rodadas de antecedência para a segunda fase.
— A crise quem faz é o jogador. Não jogamos nada, e isso tem que servir de lição. Entramos desligados — reconheceu o zagueiro tricolor Henrique.
Foi uma partida que deixou nítida a falha na armação do Fluminense, com a insistência de Eduardo Baptista, ameaçado no cargo, escalar Gustavo Scarpa na lateral-esquerda. Além de fragilizar a defesa, deixou mais pobre o meio-campo.
O Botafogo soube dominar e manter os 100% de aproveitamento.A impressão de equilíbrio de forças entre os times foi desfeita aos seis minutos, quando o Botafogo chegou ao gol. Com extrema liberdade em seu campo de ataque, Diego Barbosa cruzou para Gegê vencer Scarpa, atrasado no lance, cabecear e abrir o placar.Mesmo com a marcação adiantada, o Fluminense perdia domínio quando tinha a bola porque se precipitava na jogada e se ressentia de mais alguém na armação.
O Botafogo soube anular Diego Souza e Cícero e Fred precisava recuar para buscar a bola.Tranquilo com seu estilo de jogo, Ricardo Gomes percebeu a brecha na defesa e indicou a investida pela direita do ataque. Sem o combate de Scarpa, Luis Ricardo lançou Ribamar. Henrique se perdeu pelo caminho e o jovem atacante aproveitou para fazer o segundo do time, aos 23, e o primeiro dele como profissional: 2 a 0.
EVOLUÇÃO ALVINEGRA
Ao insistir na manjada tática das bolas levantadas na área, por falta de alternativa, o Fluminense esbarrava na sólida defesa do Botafogo. Certo das limitações do seu elenco, Gomes armou uma zaga consistente e, a partir dela, construiu sua eficiente campanha, mesmo sem apresentar, em alguns jogos, um bom futebol.Nesta quatta, o Botafogo evoluiu. A diferença da disposição tática em campo das duas equipes evidenciava a disciplina alvinegra e a displicência tricolor. Desarrumado e em desvantagem no placar, o Fluminense oferecia o contra-ataque ao se arriscar em um tudo ou nada.
O Botafogo segurava o ritmo e atraía o rival no segundo tempo.Espectador privilegiado, Jefferson não fez sequer uma defesa importante na etapa, o que mostra o domínio alvinegro. Em uma rara trama do ataque tricolor, aos 30, Cícero lançou Fred, mas, no momento da conclusão, o artilheiro chutou bisonhamente para longe do gol. Um resumo do Fluminense em 2016.
BOTAFOGO 2 X 0 FLUMINENSE
Local: Kléber Andrade, em Cariacica (ES)
Árbitro: Grazianni Maciel Rocha (RJ)
Auxiliares: Luiz Claudio Regazone (RJ) e Diogo Carvalho Silva (RJ)
Gol: Gegê, aos 6’/1ºT e Ribamar, aos 23’/1ºT
BOTAFOGO: Jefferson, Luis Ricardo, Carli, Emerson e Diogo Barbosa; Airton, Bruno Silva e Rodrigo Lindoso; Ribamar e Gegê (Salgueiro, 31’/2ºT); Luis Henrique (Neilton, 21’/2ºT) – Técnico: Ricardo Gomes.
FLUMINENSE: Diego Cavalieri, Wellignton Silva, Henrique, Renato Chaves e Gustavo Scarpa; Pierre (Edson, 20’/2ºT), Douglas (Gerson, 35’/1ºT), Cícero e Diego Souza; Osvaldo (Felipe Amorim, intervalo) e Fred – Técnico: Eduardo Baptista.
Fonte: O Globo