BURACO DO TATTOO

 

Vitor de Athayde Couto

– Mani, você que sabe tudo, me diga qual é o certo: é buraco do tattoo ou buraco do tatu? – pergunta Anaís, lembrando que se for tattoo é com dois ó, e se for tatu é com u.

– Hahaha, eu sei tudo, é? Ora, miga sua louca, tanto não sei que só posso responder que tudo depende.

– Depende de quê?

– Do dono do buraco, pois, se o buraco é do tatu, é do tatu.

– E se for buraco do tattoo?

– Aí também depende.

– De quê?

– Aí já não é de quê. É de quem.

– Quem, então? Quem? Quem?

– Da dona, por exemplo. Uma celebridade (seja lá o que isto signifique) mandou tatuar o forévis com o nome do namorado. Daí, a moda pegou. A galera se animou tanto que, pra fila poder andar, o tattoo maker (tatuador) resolveu fazer um carimbo com apenas uma palavra. Assim, ele aumentou a escala de produção e ainda garantia que cada cliente ia ter uma tatuagem mais barata, customizada e exclusiva.

– E que palavra é essa no carimbo?

– “Bem-vinde”, miga. “Bem-vinde”, cê acredita?! Desde então o tororó passou a ser chamado pelo carinhoso apelido de “buraco do tatoo”. Porém, quando a galera descobriu que todos os buracos tinham a mesma palavra “bem-vinde”, a revolta foi geral. Pressionado, o tatuador teve que refazer todas as tatuagens e trocar os bem-vindes pelos ailoviús da hora. Mas, para isso, ele impôs uma condição: ninguém podia peidar durante o procedimento. Acontece que um cliente desses bem sarados, tipo segurança de político, foi logo bradando:

– Eu vou peidar, sim! Peido quantas vezes eu quiser, pois almocei repolho.

– Pois sim senhor – obedeceu o tatuador assustado. Mais do que ninguém, o tatuador sabe que é muito perigoso botar a mão em buraco de tattoo (ouça aqui).

– E tem mais, não vou querer trocar meu “bem-vinde” por essas palavrinhas melosas em inglês tipo ailoviú. Táminstranhando?!

– Pois então, que palavra o senhor quer que eu escreva no seu forévis?

– Escreva “SAÍDA”. Sou macho, rapá! – disse o cliente saradão.

COMENTÁRIOS:

Sabedor do ponto de vista crítico a tattoos e junk foods externado neste blog (não confundir crítica científica com preconceito), um leitor enviou o link de mais uma matéria contendo pareceres de especialistas da área médica sobre os efeitos colaterais das tatuagens, com base na ciência. Até ouvi dizer que existem, mas eu particularmente desconheço médicos tatuados.

Referindo-se às crônicas “E por falar em cocô…” e “Mais um pouco”, publicadas neste blog nos dias 05 e 12 de agosto, respectivamente, uma leitora enviou este link. Trata-se de uma curiosa reportagem informando que as fezes humanas contêm ouro e outros metais preciosos. Ao ver o conteúdo do link, fiquei tão surpreso que resolvi compartilhar com os demais leitores.

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Ouça o texto com a narração do próprio autor: