Buriti: sabor nordestino que conquista gerações na Feira da Caramuru
Ele é típico do Nordeste, tem gosto de infância e é presença certa na mesa de muitas famílias, especialmente nesta época do ano. Mas quem vai à Feira da Caramuru em busca do buriti pode se decepcionar: a fruta, que costuma ser bastante procurada, está em falta na versão in natura.
Com sua polpa alaranjada, sabor marcante e aroma inconfundível, o buriti agrada em diversas formas — seja no suco, no doce, no creme ou até mesmo puro, com um pouco de açúcar. Apesar da grande demanda, o fruto que chega a Parnaíba costuma vir do estado vizinho, o Maranhão, onde a produção ocorre anualmente, com floração entre dezembro e abril e frutificação até junho.
A frutificação ocorre a cada dois anos nas plantas femininas, geralmente ao fim do período chuvoso. Cada cacho pode conter até 500 frutos. E, para muitos parnaibanos, não existe forma melhor de saborear o buriti do que acompanhado da tradicional farinha de puba. “Eu como com farinha de puba, é mais forte, mais resistente… show de bola. Dá mais sustância, é igual feijão com farinha e torresmo dentro”, comenta um morador da cidade.
Seu Carlos, que comercializa a polpa da fruta há mais de 10 anos, confirma a alta procura pelo buriti nesta época. Ele também compartilha como gosta de consumir o fruto em casa: “É feito o suco, bota uma farinhazinha de puba dentro… não sobra nada lá em casa, a família toda come.”
Apesar da ausência do fruto fresco, os fãs do buriti ainda podem matar a saudade com os doces prontos, que continuam disponíveis nas bancas. “É bem procurado, viu? O doce, a polpa, a raspa… mas por enquanto só temos o doce mesmo”, explica uma feirante.
Consumido com pão, bolo ou apenas com farinha, o buriti mantém seu posto como um dos sabores mais amados da culinária nordestina. Para quem sente falta do fruto in natura, a torcida é por uma reposição rápida nas bancas da feira. E fica a pergunta: qual a sua forma preferida de saborear o buriti?