Senador Ciro Nogueira PP/PI (Foto: Divulgação Ascom)

Nesta sexta-feira (19), o Piauí comemora 190 anos desde que em 1822, sob a liderança de Simplício Dias da Silva, os cidadãos de Parnaíba declararam a adesão do estado à causa da independência do Brasil.

Em discurso realizado nesta quinta-feira (18), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) homenageou os piauienses pela data comemorativa. Ele lembrou de acontecimentos históricos do qual os piauienses fizeram parte; como a Batalha de Jenipapo e ressaltou a história que vem sendo construída nos últimos anos do estado. Ciro afirmou que o Piauí passa por um a nova etapa da independência, graças ao desenvolvimento econômico.

O parlamentar projetou ainda mais prosperidade para o futuro do estado. Ele desejou que daqui a dez anos, quando o Piauí completar 200 anos de emancipação, a independência econômica esteja definitivamente firmada. Ciro destacou a necessidade do compromisso de cada cidadão em contribuir para um Piauí cada vez melhor.

“O papel meu e de cada um dos piauienses é o de fazer o melhor para que seja o nosso Piauí grande”, afirmou.

Confira a íntegra do discurso

DO SENADOR CIRO NOGUEIRA (PP – PI)

Senhor Presidente,

Senhoras Senadoras e Senhores Senadores,

Na letra do Hino de meu estado, o poeta Da Costa e Silva nos lembra que ao Piauí pertencem nossas vidas, nosso sonho, nosso amor.

O verso do poeta é de uma grandeza sem fim, porque nele cabe tudo: a vida que é melhor com trabalho, o futuro que é uma construção de sonhos, o amor, sem o qual nem se vive, nem se trabalha, nem se sonha.

Foram a vida, o sonho e o amor pelo Piauí que fizeram com que, em 19 de outubro de 1822, sob a liderança de Simplício Dias da Silva, os cidadãos de Parnaíba declarassem a adesão do nosso estado à causa da independência do Brasil.

Nesse período de 190 anos, a construção do Piauí se deveu a todos os cidadãos e cidadãs que nessa terra querida fincaram as suas vidas, mantiveram vivos os seus sonhos, amaram o lugar onde nasceram ou que escolheram para viver e crescer.

Os quase dois séculos que nos separam da data inaugural da independência do Piauí não foram vividos apenas de sonhos. Foram tempos forjados na luta e no trabalho. Luta como a Batalha do Jenipapo, onde tombaram heróis do povo do Piauí e do Ceará. Homens que movidos muito mais pela coragem, mas que com seu sacrifício deram decisiva contribuição para a unidade nacional. A Batalha do Jenipapo, hoje sabemos, foi um dos episódios decisivos para que o Brasil se mantivesse como um país continental.

Temos a obrigação de honrar o esforço dos que nos antecederam no amor, no sonho e na vida pelo Piauí. Não carecemos mais lutar pela independência política, assegurada com sangue nas terras e Campo Maior, em 13 de março de 1823, no desvelo inicial dos parnaibanos, em 19 de outubro de 1822, na revolta dos oeirenses, em 24 de janeiro de 1823.

Mas se é hora de lembrar e honrar o passado, é também tempo de olhar para o presente. O Piauí de hoje é um estado onde se trabalha muito, onde se estuda muito, onde estão sendo feitos esforços de governo e sociedade com o objetivo de fazer um futuro melhor.

De norte a sul do Piauí existem ações de governo e da sociedade para que o estado prospere social e economicamente. Obras de estradas, de energia e de mobilidade urbana desenham uma nova realidade, estabelecendo as bases para a expansão da economia. Ao mesmo tempo, em regiões antes não produtivas se abrem para novos empreendimentos. Um exemplo disso é o cerrado do Piauí, onde o cultivo de soja, milho e algodão já responde por mais de dois terços da safra agrícola estadual. Essa nova fronteira agrícola, que se expande todos os anos.

Esse Piauí de agora, que caminha firme para o futuro, está também assentado sobre grandes reservas de minério, ainda inexploradas, como o ferro em Paulistana e São Raimundo Nonato, o manganês e o níquel na região de São João do Piauí e em Parnaguá, e o titânio, em Porto Alegre do Piauí, argilas especiais em Jaicós e Conceição do Canindé. E estamos aqui citando apenas algumas das centenas de áreas de pesquisa e prospecção mineral, que fazem do Piauí um dos estados brasileiros com maiores e melhores perspectivas de expansão da exploração de minérios.

O desenvolvimento da agricultura colocou o Piauí na lista dos maiores produtores de grãos do país. Esse é um caminho que o estado deverá seguir, sem volta, sempre com a possibilidade de crescimento sustentado, de longo prazo. O que brota da terra no Piauí faz surgir novos negócios comerciais, de serviços, novas plantas industriais, uma demanda por mais educação especializada, focada nos negócios, como é o caso do campus do Instituto Federal (IFPI) em Pedro II, com seu curso de mineração. O desenvolvimento de uma agricultura forte e altamente produtiva faz surgir uma cadeia de negócios que impulsionam toda a economia, do mesmo modo como a mineração também fará surgirem novos empreendimentos.

Entre os novos empreendimentos deste Piauí que está construindo sua autonomia econômica, estão obras como a Ferrovia Transnordestina e as grandes linhas de transmissão de 500 mil volts. São obras estruturantes que estabelecem duas das mais importantes condições para a instalação de grandes empreendimentos na parte Sul do Piauí.

O surgimento de novos negócios em todo o estado piauiense, porém, não deve acontecer com embargo dos interesses ambientais. Temos em mente, senhor presidente, senhoras senadores, senhores senadores, que o desenvolvimento econômico precisa estar no mesmo nível de importância da preservação de nossos biomas, nossos ativos florestais.

O Piauí é um dos estados com maiores extensões de áreas de preservação do país. Temos nessas áreas uma riqueza ainda não devidamente dimensionada, mas que vale muito mais do que podemos supor. Podemos dizer que são inestimáveis as riquezas contidas em Parques como o da Serra da Capivara, da Serra das Confusões, das Nascentes, de Sete Cidades e em áreas de preservação como o Delta do Parnaíba. Riquezas para serem vistas e compartilhadas agora e no futuro; riquezas que a biotecnologia fará importantes e imprescindíveis nos próximos anos; riquezas que se configuram fundamentais e que devem ser preservadas, porque é sobre elas que vamos construir bem estar, que vamos manter reservas de água, que teremos um futuro melhor.

O futuro do Piauí, assim como seu presente e o seu passado, está intimamente ligado ao Rio Parnaíba. Mais uma vez lembro o nosso poeta Da Costa e Silva, que no hino do Piauí nos diz que as águas do rio se espalham pelo sertão, pelas várzeas e chapadas em canto de exaltação. Mais do que um canto, mais do que sua beleza, o rio nos oferece vida. Por isso mesmo é que no Senado a preservação do Parnaíba tem sido uma preocupação fundamental para mim.

Como já disse desta mesma tribuna, em junho, o Parnaíba é o rio da vida do povo do Piauí. Por isso mesmo apresentei Proposta de Emenda à Constituição (PEC 51/2011) que cria o Fundo para a Revitalização Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável da bacia do Rio Parnaíba. Em conjunto com o nobre senador João Claudino (PTB-PI), destinei R$ 500 milhões em emendas que vão compor esse fundo para promover ações permanentes de sustentabilidade ambiental.

Nossa preocupação com um meio ambiente preservado em uma conjuntura de desenvolvimento econômico firme e sustentável tem por foco as pessoas. São os 3,2 milhões de piauienses. Gente nascida no estado e fora dele, pessoas que depositam em nossa terra as suas vidas, os seus sonhos, o seu amor. Homens, mulheres, crianças e jovens, adultos e idosos que vivem em um estado onde estão surgindo novas e grandes oportunidades, no qual há sempre esforços maiores para a expansão sustentável da economia.

Podemos dizer, então, que o povo do Piauí tem no desenvolvimento econômico sua nova independência. Estamos a apenas 10 anos do bicentenário da nossa independência política. É pouco tempo diante dos desafios que se colocam à nossa frente e, menos tempo ainda, se olharmos para trás.

Mas uma década é tempo bastante para uma forte expansão econômica, garantidora de mais autonomia para as pessoas. Uma autonomia que será tanto maior quanto maior for o crescimento de nossa economia. Depende da expansão econômica e de obras estruturantes. No entanto, o desenvolvimento econômico resulta muito mais das iniciativas pessoais. Felizmente, em meu estado temos tido um povo com gosto por construir sua própria história, por fazer seus caminhos próprios, por fazer a grandeza do Piauí a partir da grandeza das iniciativas individuais.

O Piauí que em dez anos completa 200 anos de independência política será sem dúvida um estado com maior independência econômica. Vai ser assim porque tem um povo que guarda em si uma grande coragem e determinação. Novamente, recorro ao Hino do Piauí, às palavras de Da Costa e Silva, que afirma:

“Possas tu, no trabalho fecundo

E com fé, fazer sempre o melhor,

Para que, no conceito do mundo,

O Brasil seja ainda maior.

Possas tu, conservando a pureza

Do teu povo leal, progredir,

Envolvendo na mesma grandeza

O passado, o presente e o porvir”.

Então, senhor presidente, senhoras senadoras, senhores senadores, o papel meu e de cada um dos piauienses é o de fazer o melhor para que seja o nosso Piauí grande. Trabalhamos assim porque queremos fazer parte de um país grandioso, mas que cresce com respeito ao meio ambiente. Nossa fé em um estado mais rico e mais desenvolvido, como nos ensina o poeta de Amarante, não nos pode afastar dos que vieram antes de nós, tampouco dos que hoje estão construindo o futuro.

O Piauí é um estado que chega aos 190 anos de independência política com a firmeza inicial de nossos antepassados. Nós estamos todos querendo construir um futuro melhor. Hoje derramamos nosso suor com este fim, porque é nossa obrigação fazer de nosso estado um lugar melhor e mais feliz.

Era o que tinha a dizer, Senhor Presidente.

Muito obrigado.

Fonte: Ascom