Nossas formas de pensar e agir nos levam a criarmos em nossas concepções mentais e comportamentais o que ou quem são as pessoas que fazem parte do nosso convívio ou mesmo as que vemos no dia a dia. Nossa mente trabalha incessantemente gerando opiniões, resoluções e não raro muitas críticas e julgamentos; o certo é que estamos sempre prontos para enfrentarmos uma guerra constante de avaliações que possam nos satisfazer intimamente sem darmos conta que na maioria das vezes estamos ferindo as pessoas que nos querem bem ou pelo menos tentam se aproximar de nós.
O sentimento do orgulho e do egoísmo são adoecimentos que insistimos em alimentar na nossa vivência ao longo de toda uma existência corporal; para os que não estão ainda voltados para o aprendizado cristão, podemos até criar ressalvas e usarmos sem objeções o maravilhoso dom que Deus nos concedeu… a “Paciência”, o mesmo não podemos dizer dos que já algum tempo encontram-se inseridos nos estudos da doutrina espírita, pois mesmo que pareça algo impossível para a maioria, sermos indulgentes com nosso próximo é uma das maiores demonstrações de internalização das palavras do Cristo, contudo ainda vemos muitos dos nossos companheiros de lida cristã se deixarem envolver pelos fluidos devoradores da falta de perseverança no bem e dessa forma muito facilmente se deixam enlear pelas teias dos maus pensamentos e sentimentos irosos que acabam fazendo com que só vejam no seu próximo opositores ferrenhos e a partir desse raciocínio entregam-se sem mesuras aos mais variados pensamentos insanos, chegando mesmo a ver na criatura que lhe causou a menor contrariedade, um ser desprezível e sem a menor chance de redarguir refletindo sobre o acontecido e dessa forma retirar do seu íntimo sentimentos adoecedores.
A forma de vermos nosso próximo é a mesma que devemos nos ver, ou seja, quem quer se ver adoecido, humilhado, desprezado e sem a menor oportunidade para de fato mostrar o que de mais belo e útil retém no seu interior que é capaz de realizar grandes feitos junto aos que ainda acreditam ser tão importantes, diferentes e também escolhidos de Deus por serem detentores de bens materiais ou extrema beleza? Quantos não são as criaturas que fazendo-se valer de suas posses e dotes corpóreos esquecem por completo o que Deus “empresta” a cada um de nós para que façamos uso corretamente?
Não nos ofusquemos com a névoa densa da vaidade ou prepotência, alimentadores ferrenhos do orgulho, a melhor forma de vermos nosso próximo é com a visão de quem já enxerga um pouco mais adiante, não na vida dos outros, mas principalmente na própria forma de ver a vida e o seu semelhante que traz em si exatamente o que precisa para ser também um visionário da fé do Criador.
Reflitamos…
Paz a Todos.
Por Pedro Aguiar