Corinthians perde na Libertadores Foto: Divulgação

Um gol impedido impôs ao Corinthians sua primeira derrota na Copa Libertadores desde a queda para o Tolima em 2011 e impediu o clube de igualar um recorde histórico. Com o 1 a 0 sofrido diante do Tijuana e seu gramado sintético, o time do técnico Tite vê os mexicanos dispararem na liderança do grupo e deixa escapar a chance de ter a maior invencibilidade da história da Copa Libertadores.

Agora, o Tijuana soma nove pontos no Grupo 5, enquanto o Corinthians é o vice-líder com quatro, seguido de perto pelo Millonarios, da Colômbia, com três. O San Jose, da Bolívia, é o lanterna da chave com apenas um ponto ganho.

Veja Álbum de fotos
Se passasse ileso pela viagem ao México, o Corinthians chegaria a 17 partidas sem perder na Libertadores, contando as 14 da edição do ano passado, vencida de forma invicta. Na década de 1960, o Sporting Cristal, do Peru, somou a mesma sequência em três participações distintas, marca nunca igualada desde então.

Para quebrar essa série positiva do Corinthians, o Tijuana contou com seu incômodo gramado sintético e, principalmente, com a ajuda da arbitragem. O erro do bandeirinha, que não viu o impedimento de Gandolfi no lance do gol, foi fundamental para definir o placar de um jogo tecnicamente limitado. “Arbitragem foi ridícula”, desabafou Paulinho ao Fox Sports após o apito final.

O Corinthians sentiu o gramado sintético desde o início. Dominar a bola para os brasileiros era um suplício, enquanto os mexicanos esbanjavam naturalidade trocando passes em sua defesa e assustava com Martinez e Riascos pelas pontas.

Mesmo assim, foi o Corinthians quem assustou primeiro, com dois gols bem anulados de Paulinho. No primeiro, uma bola cruzada na área parou em Danilo, impedido, que ajeitou para o volante fuzilar e o bandeirinha anular. Minutos depois, Renato Augusto cruzou e o camisa 8, adiantado, completou para o gol que não valeu.

Tudo isso antes dos 15 minutos. O Corinthians se adaptaria com o tempo, concentrando o jogo em Danilo e Pato, jogadores com maior controle de bola que conseguiam trabalhar os lances com apenas um toque. Renato Augusto e Paulinho, que dependem mais da condução, e Guerrero, que precisa do domínio, sofreram mais.

Enquanto isso o Tijuana atacava e assustava. No primeiro lance de perigo, a cobertura bem feita de Alessandro salvou Cássio, que estava frente a frente com Martinez. Em outra jogada, foi Riascos quem teve a oportunidade, mas mandou por cima do travessão alvinegro.

O equilíbrio rapidamente se transformou em rispidez. Em um lance na área corintiana, Moreno e Gil se desentenderam e criaram um empurra-empurra que envolveu jogadores das duas equipes. O clima tenso se arrastou até o segundo, quando jogadores mais leves, como Martinez e Pato, sofreram com faltas duras de seus marcadores.

O jogo, da mesma forma, também manteve seu panorama. O Tijuana trabalhou mais a bola, mas deixou de ter tantas oportunidades quando o Corinthians se encontrou na marcação. No ataque, por sua vez, a dificuldade com o toque de bola alijou o setor ofensivo de suas melhores jogadas.

Curiosamente, foi na bola parada, até então arma do Corinthians, que o Tijuana chegou ao gol. Aos 19 minutos, Gandolfi apareceu adiantado após uma cobrança de falta da direita. Cássio saiu mal e, depois de um desvio no primeiro pau, o zagueiro fez de calcanhar, se beneficiando de uma posição de impedimento.

O lance abateu os jogadores corintianos. Tite chegou a mexer na equipe, colocando Edenílson na lateral direita e Romarinho na vaga de Paulo André, colocando seu time no ataque. Não deu certo. Pato encontrou seu lugar entre os zagueiros rivais e sumiu do jogo, deixando Guerrero sozinho na missão de buscar o jogo.

Agora, o Corinthians passa mais um dia na cidade mexicana e chega ao Brasil na próxima sexta. No fim de semana, o compromisso dos alvinegros será já no sábado, contra o Ituano, com a expectativa de um Pacaembu lotado. Na quarta que vem, é a vez do Tijuana vir a São Paulo para o jogo de volta, decisivo para as pretensões das duas equipes na primeira fase.

Fonte: UOL