Cinco dias após a sua morte, o corpo do ex-ditador Muammar Kadhafi foi sepultado na madrugada desta terça-feira (25) em um local secreto no deserto da Líbia, segundo fontes do Conselho Nacional de Transição (CNT), o governo provisório líbio.
Na véspera, o CNT havia confirmado que o corpo de Kadhafi e de seu filho Muatassim, ambos mortos tentando fugir de Sirte, cidade natal do coronel, seriam enterrados de maneira simples, com a presença de clérigos muçulmanos.
O corpo do ex-chefe militar do regime, Abu Bakr Yunis Jaber, morto no ataque, também foi enterrado com eles.
Três dirigentes religiosos partidários de Muamar Kadhafi oraram e organizaram uma cerimônia religiosa antes dos sepultamentos, segundo a fonte do Conselho Militar.
O pai e dois filhos do ex-ministro da Defesa estavam presentes, de acordo com o militar.
O CNT disse que não houve acordo para devolver o corpo para a tribo de Kadhafi na cidade de Sirte.
Os cadáveres estavam jogados no chão na câmara, em um antigo mercado da cidade, deste o dia em que Kadhafi foi morto.
Líbios afirmavam que “queriam ter certeza” de que o ditador, no poder desde 1969, tinha morrido.
Os corpos já davam sinais de decomposição.
Kadhafi e seu filho foram capturados vivos, conforme mostram imagens amplamente divulgadas, mas morreram em seguida, em circunstâncias não esclarecidas, gerando suspeita de que foram executados.
Mas poucos líbios parecem preocupados em saber como eles foram mortos, ou por que passaram tanto tempo expostos, contrariando a tradição islâmica que prevê o sepultamento no prazo de um dia.
Alguns aliados estrangeiros do novo regime líbio manifestaram desconforto com a maneira como Kadhafi foi tratado após ser capturado e depois de morto, e temem que os novos líderes do país não estejam cumprindo sua promessa de respeitar os direitos humanos na transição do país para a democracia.
Os sepultamentos teriam sido retardados devido a divergências entre facções que compõem o CNT.
A cúpula do CNT decidiu que os corpos seriam enterrados num local secreto para que não se tornem local de peregrinação para partidários do extinto regime.
Fonte: G1