A tensão esperada para os debates em torno de pautas polêmicas na sessão de ontem foi desviada pela indignação dos parlamentares piauienses sobre a atitude do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que na última segunda (25) ignorou o relatório do deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI) nas discussões envolvendo a Reforma Política no Congresso Nacional.
Após percorrer mais de três meses os Estados da federação e aproximar a matéria dos diversos entes federativos, Castro foi surpreendido com a informação do líder de que a matéria será votada sem a apreciação do diagnóstico no Plenário da Casa, prejudicando todo o trabalho realizado desde o início do ano.
“Ele não apenas desrespeitou o deputado, que dedicou três meses à frente da Comissão de forma árdua, viajando o país inteiro debatendo, ele fez um trabalho excelente e votou pela maioria, pelo que eles escolheram. Queremos aqui uma moção de repúdio ao presidente da Câmara”, pediu Severo Eulálio (PMDB).
Nisso, as críticas partiram de todas as siglas, principalmente do PMDB, onde o líder do partido na Casa, João Mádison sintetizou o reflexo negativo que a atitude demandará ao projeto. “Achei que foi um desrespeito não só ao Marcelo Castro, mas ao Piauí e ao Brasil.
Quando foi criada uma Comissão devia ter respeitado o que foi acordado lá atrás, aquilo que ele estava levando era o pensamento da maioria, poderia ao menos ter decidido o que fazer com a reforma. Como a reforma pode andar dessa maneira?”, questionou.
A base governista também se posicionou, apoiando que todas as Assembleias do país encaminhem documento versando a insatisfação no posicionamento de Cunha.
Nisso, o líder da base, João de Deus (PT) destacou que a decisão reflete o despreparo do político para a função, infringindo a vontade da população. “A reforma já vem sendo debatida há muito tempo, foi constituída uma Comissão e agora o Eduardo Cunha diz que nada valeu, isso mostra o seu despreparo para conduzir a Câmara”, disse.
Fonte: Meio Norte