Enquanto a maioria das pessoas aproveitou a ceia do Natal comemorado nesta quinta-feira (25/12) no aconchego de casa com a família, em festas ou restaurantes, outras seguiram com a obrigação de continuar trabalhando para assegurar serviços essenciais ao pleno gozo da comemoração. Garçons, chefs, músicos e muitos outros profissionais não cessaram as atividades a fim de proporcionar aquilo que a data necessita, bem como policiais, vigilantes, médicos e enfermeiros também não descansaram para garantir o exercício de suas funções, vitais e de interesse público.
Foram os casos de Antônio Arraes, de 67 anos, e Amauri Silva Ferreira, de 31. De um lado, um experiente motorista de ônibus acostumado a passar a data nas estradas do país. Do outro, um jovem enfermeiro intervencionista do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) passando o primeiro Natal separado da família.
Com vários natais na carreira, inclusive alguns passados percorrendo distâncias nas estradas brasileiras, o motorista Antônio Arraes, carinhosamente chamado pelos passageiros de ‘seu Arraes’ sabe que alguns serviços não podem simplesmente parar de funcionar. O morador da Zona Sul de Teresina já está costumado a ficar distante dos familiares em datas especiais, e frisa o prazer que sente em dirigir, mas que mesmo amando a profissão, sabe que na hora de comemorar o bom mesmo é estar em casa.
“Já passei vários feriados trabalhando, principalmente nos feriados de fim de ano, como Natal e Ano Novo. É ruim mesmo passar longe da família, uma data tão importante como essa a gente deveria mesmo era comemorar com quem faz parte de nós, da nossa história de vida”, diz.
Sobre o que o motiva mesmo sabendo que não poderá desfrutar da ceia com sua esposa, filhos e netos, o motorista conta que apesar de qualquer adversidade, o trabalho é uma constante em seu caminho. “É preciso trabalhar mesmo, pois como diz o ditado, ‘o trabalho dignifica o homem’. Gosto de dirigir e estar na estrada, apesar de que seria muito melhor estando ao lado de toda a minha família”, destaca.
Menos acostumado, Amauri confessa um misto de tristeza e apreensão. Com oito anos realizando procedimentos de resgate e intervenção em casos de emergência em Teresina e cidades vizinhas, o enfermeiro não esconde a vontade de estar com os familiares, mas ressalta o planejamento que é feito para serviços como os dele, que não podem parar.
“Este é o meu primeiro Natal longe da minha família, e claro que eu gostaria de estar junto de todos. Bate aquela tristeza, mas como já sabemos desse processo com bastante antecedência dá para se preparar para estas datas especiais”, conta.
Ciente da importância de sua obrigação, Amauri demonstra confiança quanto ao cumprimento do dever, mas encara seu plantão com otimismo, desejoso de que seus serviços não sejam necessários. “A gente vem com o espírito de que se ocorrer algo, vamos realmente agir e dar todo o suporte de que as pessoas necessitam, mas nossa intensão para este Natal é a de que nada aconteça. Espero que as pessoas brinquem em família, mostrem que esta é realmente uma época de união. Espero confiante que não aconteçam tantos acidentes e de preferência nenhuma ocorrência grave”, confessa.
Fonte: G1